«Glenn Gould said, "Isolation is the indispensable component of human happiness."» [Contraponto] «How close to the self can we get without losing everything?»
Don DeLillo, “Counterpoint”, Brick, 2004.
Uma caneca de tinta irlandesa, de Flann O’Brien (ed. port.
Cavalo de Ferro; At Swim-Two-Birds, 1939)
Mason & Dixon, de Thomas Pynchon (ed. port. Bertrand; 1997)
Ópera Flutuante, de John Barth (ed. port. Sextante; The Floating
Opera, 1956)
Luz Antiga, de John Banville (ed. port. Porto Editora; Ancient
Light, 2012)
40 Histórias, de Donald Barthelme (ed. port. Antígona; Forty
Stories, 1987)
Não-ficção
Viagens, de Paul Bowles (ed. port. Quetzal; Travels:
Collected Writings, 1950-93; 2010)
Uma coisa supostamente divertida que nunca mais vou fazer,
de David Foster Wallace (ed. port. Quetzal; A Supposedly Fun Thing I’ll Never
Do Again, 2009)
Os Níveis da Vida, de Julian Barnes (ed. port. Quetzal; Levels
of Life, 2013)
Um 2013 com muita literatura publicada subgénero lixo e, por isso, com pouca frequência em livros publicados
no ano.
«Hoje é o último dia de Outono. Os dias que temos tido têm sido doces, comparativamente. O fim-de-semana passado, agora muito mais passado do que alguma vez antes, foi azul e avesso às nuvens, com o sol desdenhoso do dever calorífico e entregue à vocação, sempre mais show business, da iluminação.»
Miguel Esteves Cardoso, "Acaba o Outono", Como é Linda a Puta da Vida, p. 95.
[Porto: Porto Editora, 2.ª edição, Maio de 2013, 246 pp.]
«Estação do ano que começa entre 20 e 21 de [J]unho, isto é, no solstício de [J]unho, no hemisfério [N]orte, quando o Sol, no seu movimento anual aparente, atinge o ponto solsticial de [J]unho, e acaba 93 dias e 15 horas depois quando o Sol atinge o ponto equinocial de [S]etembro, na sua declinação mínima de 0º.»
In Infopédia (em linha). Porto: Porto Editora, 2003-2013.
Segundo me ensinaram, 2.º trimestre (ano civil): período compreendido entre os dias 1 de Abril e 30 de Junho em cada ano.
Declarações de uma das cabeças do BE (Bicéfalos de Esquerda?) à Lusa, via Público:
«Em declarações aos jornalistas em Faro minutos após a divulgação dos números do desemprego para o segundo trimestre do ano, João Semedo afirmou que as “pequenas variações sazonais têm a ver com o período de Verão, [que é] um período em que há uma oferta maior de trabalho”.» [destaque meu]
O principal problema da cabeça dupla (ou doppelköpfiger, e não confundir com o fenómeno do doppelgänger, porquanto ainda não se manifestou na sua componente nemésica) é o da não-ubiquidade, ou melhor, da transubiquidade, seja com o pachorrento Semedo, seja com a esbugalhada (e giroscópica) Catarina, há sempre uma boca muito próxima de um microfone para débito picareto-intelectual (ou pioletintelectual); e a alta voltagem sináptica tem destas coisas: uma propensão para o encontro imediato para asneira do 3.º grau.
Não falarei, nestas breves palavras, de Lanthimos e do seu
alegórico Kynodontas (2009), embora o burlesco sirva de alicerce à eleição da
fidelidade como valor absoluto de uma sociedade iconoclasta, que, todavia, se
verga e anula, embargando a razão, perante o adjectivo: fiel. Palavra que me atemoriza
mais do que me deixa nauseado, no que ela tem – num crescendo na escala de
sordidez – de constância, de obstinação e de irredutibilidade, em suma, de um
reaccionarismo bacoco.
Gostaria de trazer Rio à colação. Esse homem de cuja minha
cidade, enfim, se liberta: o deificado gerente/merceeiro municipal – e a
categoria profissional já o beneficia – de uma fidelidade canina perante a
imagem da sua eminência, da sua rara inteligência, reflectida no espelho da sua
soberba. Falar sobre a sua colagem ao mediático, à corrente de opinião
diariamente emitida por esta nova raça de lapidadores do século XXI chamada de
politólogo – nas variantes de comentador laureado ou de especialista bem
avençado –, concebida nos laboratórios das redacções, engajada, com fidelidade,
no argumentum ad hominem dirigido ao mais vulnerável, àquele que foi submetido
a uma inclemente e massiva saraivada de flechas envenenadas com o objectivo,
seguindo a cartilha goebblesiana (talvez, pela actualização temporal, ficasse
melhor: fundados na frutuosa fidelidade norte-coreana), de aniquilar o seu carácter
por maquiavelismo, sadismo, ou ambos. Na falta de Relvas (que até teve a sua
dose de merecimento), houve Álvaro. Esquecido Álvaro, há Maria Luís, mais o apaniguado
Secretário de Estado. Quando esta passar, virá (bom, já veio, pela boca perdigotosa dos guardiões da moral nacional, quase todos barbudos e barrigudos) o Machete, corta cerce! Ah, a rasoira politóloga…
a bem da Nação (leia-se dos seus bolsos engordados por linhas editoriais que,
falando de mansinho como a Ana Lourenço, vão mexendo os peões no jogo sujo dos
amamentados pelo Estado.)
Mas a canino-fidelidade teve na semana passada um episódio
mais triste, que só corrobora a necessidade de a relativizar, para que alguma
sanidade volte às nossas vidas – e não se me revolvam as tripas sempre que abro
o jornal ou tenho o azar de passar pelos canais-viveiro de fiéis politólogos,
comentadores e guias espirituais, e o seu dictat venal. Aquela história do cão Zico/Mandela, que matou uma criança, é tão sórdida, tão descentrada da realidade, fiel
representante de uma nova vaga de um radicalismo liberal – fundando no pseudo-cosmopolitismo
libertário que chega a ver o seu extremo: a ditadura e a vileza do politicamente
correcto –, que em mais não se consubstancia que num retrocesso civilizacional. A insanidade
apoderou-se desta gente e corporiza-se no (santo) nome escolhido para o cão que
abocanhou a cabeça de uma criança, matando-a.
Como de uma obra para outra o deslumbramento se torna em abominação
literária.
Um exemplo da dissipação da palavra impressa numa manta de
retalhos norueguesa premiada, a que chamaram romance:
«Eu sabia exa[c]tamente qual a cabana que queria. Disse-lhe
o número. Ela [a recepcionista/proprietária] abriu a porta, pousou o balde no vestíbulo e
vi-a a tirar a chave do quadro na parede que tinha várias fileiras de pequenos
ganchos, um número para cada gancho e o mesmo número na placa plástica presa ao
porta-chaves.»
Per Petterson, Maldito seja o rio do tempo, p. 208.
[Alfragide: Dom Quixote, 1.ª edição, Junho de 2013, 237 pp; tradução de
Maria João Freire de Andrade; obra original: Jeg forbanner tidens elv, 2008 –
se bem que, por preguiça ou por falta de pilim para pagar a um tradutor de norueguês/português,
a editora tenha optado por traduzir da tradução em língua inglesa:I Curse the
River of Time.]
Termina a "Trilogia Cleave", que se iniciou com o romance de uma beleza inigualável, o livro de ficção mais pungente entre todos aqueles que me passaram pelos olhos até aos dias em que escrevo estas curtas orações: Eclipse (2000); e prosseguiu com o maravilhosamente áspero O Impostor (Shroud, 2002).
Levantou-se o habitual alarido na imprensa lisboeto-espalhafatosa
– mas há-a de outro tipo? A dos bas-fonds do poder – quando o sujeito passivo da
epinotícia é o Governo ou as suas instituições, e o activo um dos seus
elementos mais próximos.
Na TVI o episódio mereceu maior destaque, em minutos, que a
derrapagem nos números de (de)crescimento do PIB ou de acréscimo na taxa de desemprego.
No Público gastaram-se 1.700 caracteres para dizer, logo no seu título, que «Ex-secretário de Estado avisa que vai mandar o fisco “tomar no cu”».
A mim preocupa-me apenas a expressão. Eu teria dito “apanhar”
ou “levar”, é mais rasteirinha, bem mais portuguesa, vernacular. Mas sendo o
Francisco um homem ecuménico por natureza, tão lido por nós, os do rectângulo,
como pelos nossos irmãos do outro lado do Atlântico, desculpa-se o “tomar”; e este, é o único
pecado detectável no seu texto, venial, apenas susceptível de causar algum tipo de proctalgia aos mais sensíveis.
“Cu” também goza de um riquíssimo campo semântico, mas
adequa-se ao contexto, embora “olho” se encaixasse melhor neste baixo ciclópico país,
terra em que os dois de cima, há muito, deixaram de ver, e como em tempos disse Vasco Pulido Valente, os que tinham um e poderiam ser reis, tiveram de o vazar,
porque a mediocridade reinante a cada esquina não permite esse arrojo.
No entanto, é urgente resolver outra questão que, por analogia, pode traduzir-se em ineficácia fiscalizadora: como será possível mandar
esses zelosos e temerários fiscais tomar, apanhar, levar no cu (perdoem-me a
exergásia), se quem tem cu tem medo?
Já anda por aí um novo velho livro de Roth, o Philip – embora
duvide e suplique para que essa dúvida tenha razão de ser, sim, é o tal que anunciou
ao mundo que terminou o seu período de escrita com o maravilhoso Némesis –, o livro intitula-se
Engano e não é um equívoco se nos aflorar da mente que já o vimos por terras de Portugal,
traduzido na nossa língua: pois, chamava-se Traições, numa versão em capa floreada.
Deception é uma novela de Roth originalmente publicada em 1990
e traduzida em Portugal, no ano seguinte, por Filomena Andrade e Sousa para a
Bertrand. Agora, o livro reedita-se com Engano pela Dom Quixote, com tradução
de Francisco Agarez, acompanhado de um preço inacreditável de 16,90 euros (dispõe
de 208 páginas, mais 32 que a edição da Bertrand, dando-se o facto curioso de
que a narrativa de ambos se inicia, precisamente, na mesma página, a 9 – faz-se
render o peixe com letra de corpo... Gobern).
Quando em Maio do ano anterior a Dom Quixote iniciou, ao que parecia, a publicação da opera omnia do escritor de Newark, com o aparecimento do fabuloso
Goodbye, Columbus (a primeira obra de Roth; publicada em 1959), tudo parecia
indicar que se seguiria a tradução do 1.º romance do autor, Letting Go de 1962, seguindo-se o 2.º – e o único cujo protagonista é uma mulher – When She Was Good de 1967.
Pura ilusão.
Note-se, não sou contra a repetição de traduções. Por vezes, a
repetição consegue inculcar-nos outra perspectiva da obra que outrora lêramos e de cuja leitura fixáramos doutrina –
sem ler o original, não sabemos se por diminuição ou aumento da traição do traduttore.
Porém, sou contra o desperdício de traduções sempre que se verifiquem estas duas condições em simultâneo: (1) obras que já existem aceitavelmente traduzidas no mercado nacional e (2) quando grande parte da obra do autor em questão – e neste caso, quase unanimemente considerada como brilhante – ainda não se encontra editada na nossa língua – há um apagão luso de Roth entre 1962 e 1990, com a excepção de O Complexo de Portnoy de 1969 (Portnoy's Complaint).
Para efeitos comparativos o bom, o mau e o vilão (o original, a perda na
tradução, e a tradução, já de si perdida, e agora desperdiçada segundo a minha impugnável reflexão – carregar na imagem para a ampliar):
Como um confesso viciado em DF, contento-me, por vezes, com uns fogachos diáfanos de espanto – pequenos fragmentos, insatisfatórios até, por onde passaram as mãos do mestre, numa época do ano em que se esbanjam elogios em folha de ouro, dedicados à obra menor e que acabam por dar relevo àquilo que realmente nos fere a alma pela sua manifesta mediania abroncada.
Em suma, adaptando as palavras do gigante literário oitocentista, a celebração do medíocre através da sua consagração pela nomenclatura do Santo Artifício Visual, em detrimento de outros técnica, estética e, até, eticamente mais habilitados na inovação e no progresso artísticos, é de um miserabilismo intolerável, não se vislumbrando um fim nos tempos mais próximos:
«(…) il y a un point où les infortunés et les infâmes se mêlent et se confondent dans un seul mot, mot fatal, les misérables (…)»*
Victor Hugo, Les Misérables, 1862 (Tome III, Livre huitième, Chapitre V).
Atenção:This not a film…
«We'll cleave you from the herd and watch you die in the wilderness.»
Como explicava há cerca de dois meses Forrest Wickman na Slate, e que os espectadores em geral já há muito compreenderam, hoje, nos Estados Unidos, a fronteira entre televisão e cinema tornou-se ainda mais difusa; fenómeno que, no caso em questão, se evidencia, não só pela primeira incursão de Fincher no mundo da televisão ou pelo surgimento de Spacey ao fim de 20 anos de ausência, mas pelos valores envolvidos na produção e pelo próprio trailer, bem ao estilo cinematográfico, longe dos habituais e insípidos spots televisivos.
A dor foi aplacada.
Nota: *Numa tradução livre (perante a ausência do livro nas nossas palavras no momento de redacção deste texto):
«existe um ponto em que os infelizes e os infames se misturam e se confundem numa só palavra, palavra fatal, os miseráveis».
A hora negrarosa exuberante, meia-hora depois, 1 da manhã do próximo dia 25 de Fevereiro (hora de Lisboa), ainda vem longe, mas os previsíveis já se perfilam para proferir as inanidades do costume perante a Glam Cam do rapagão Ryan E! Seacrest, hipno-implantada na passadeira vermelha do Dolby Theatre (so long Kodak!)
Usando um critério de nomeações nas consideradas 5 grandes categorias (Melhores Filme, Realizador, Argumento, Actor e Actriz principais), em filmes com mais de 5 nomeações no total, temos o alinhamento que se segue (e que se pode):
Guia para um Final Feliz, de David O. Russell (Silver Linings Playbook) – 8 nomeações [5 nas cinco categorias principais];
Amor, de Michael Haneke (Amour) – 5 [4+];
Lincoln, de Steven Spielberg – 12 [4+];
00:30 Hora Negra, de Kathryn Bigelow (Zero Dark Thirty) – 5 [3+];
A Vida de Pi, de Ang Lee (Life of Pi) – 11 [3+];
Argo, de Ben Affleck – 7 [2+];
Django Libertado, de Quentin Tarantino (Django Unchained) – 5 [2+];
Os Miseráveis, de Tom Hooper (Les Misérables) – 7 [2+];
007 – Skyfall, de Sam Mendes (Skyfall) – 5 [0+].
Prometedor, não?
De notar que apenas o filme do sobre-aclamado (confesso que me auto-indulgenciei pelo uso daquela palavra composta sem usar “estimado” após o radical) D. Owen Russell poderá entrar no diminuto conjunto de filmes que, em 84 edições dos prémios da AMPAS, inclui os que conquistaram os 5+. A saber, por ordem cronológica:
1934 – (7.ª cerimónia de entrega dos Óscares) Uma Noite Aconteceu, de Frank Capra (It Happened One Night) – parelha de actores principais: Clark Gable / Claudette Colbert;
1975 – (48.ª) Voando sobre um Ninho de Cucos, de Milos Forman (One Flew Over the Cuckoo’s Nest) – parelha de actores principais: Jack Nicholson / Louise Fletcher;
1991 – (64.ª) O Silêncio dos Inocentes, de Jonathan Demme (The Silence of the Lambs) – parelha de actores principais: Anthony Hopkins / Jodie Foster.
Pronto, está despejada a matéria. Para mais informação, ver aqui.
PS – Ah!, já me esquecia… Este ano há Óscar para Melhor Planeamento de Produção (mais um para adensar o momento Xanax).
PPS – Para a 86.ª edição, proponho um Óscar para as seguintes categorias (categorias em progressão, para que se alcancem as 100 na edição 100):
Melhor Catering em Fase de Produção (categoria artística, porque não só contarão as estrelas Michelin, como está provado que se verifica um forte correlação positiva entre um bom repasto dos RH alocados à feitura da obra e a qualidade fílmica);
Melhor Olheiro Cinegeoreferenciador (categoria também artística, porquanto este desgraçado calcorreia o mundo para escolher os locais de filmagem onde, normalmente, o sufixado ASC ou BSC ou o que seja apenas mete a lente – como exemplo, o olheiro de Brokeback Mountain (2005) não merecia ganhar um Óscar pela escolha do local das cenas iniciáticas de amor entre homens (género) que guardam ovelhas: Kananaskis, Alberta, Canadá? Ah, pois não! Não foi no Wyoming, EUA.
A verdade a cada doze meses (os muito aguardados prémios do conjunto mais iluminado entre os críticos norte-americanos não alinhados — National Society of Film Critics, NSFC), votou três vezes no realizador austríaco nascido na Alemanha (logo, vítima de anschluss inversa, de Munique para as escolas de Viena e não de Linz para as cervejarias de Munique, e sem direito a bigode ridículo) Michael Haneke: Melhores Filme, Realizador e Actriz (a majestosa, já a meio da sua nona década, Emmanuelle Riva). Note-se que, na categoria mais importante, Amor (Amour) ganhou com uma baixa votação e uma curtíssima vantagem sobre o 2.º filme mais votado, O Mentor (The Master) de P.T. Anderson. O mesmo, mas com mais uma concorrente, ocorreu na categoria Melhor Realizador, em que Haneke deixou P.T. e Bigelow a apenas 3 votos.
Nota final de desconsolo: aquela coisa viscosa de Soderbergh, que já nem me atrevo a nomear, venceu a categoria de Melhor Actor Secundário, atribuído ao cabotino de serviço. Mas, vendo bem, conjuga com o grau de oleosidade (acima da categoria Fula) que premiou em 2011 a mesma categoria, quando Albert Brooks venceu com Drive. Pelo menos, que ninguém se venha queixar de uma possível inconsistência, o critério manteve-se.
O nosso conhecido, mui estimado e bukowskiano blogger, Manuel A. Domingos, lançou-se num projecto editorial denominado Medula, prometendo novidades para breve.
É verdade, Foster Wallace elegia o etéreo “The Big Ship” de Brian Eno(álbum: Another Green World, 1977) como a sua música preferida – the spinal nature of music, como ele, DFW, confessou ao seu amigo mais chegado e que incluiu na sua última e pálida gargalhada, aparentemente inacabada no ano do fim, 2008, perante o mundo do aborrecimento esmagador e da melancolia:
«Esta canção faz-me sentir tão quente como seguro, faz com que me sinta aconchegado, como uma criança a quem acabam de tirar da banheira e a embrulharam em toalhas que foram lavadas tantas vezes que se tornaram incrivelmente suaves, mas também faz com que me sinta triste; há uma sensação de vazio no centro desse calor que se assemelha à tristeza de uma igreja sem ninguém ou a uma sala de aulas com muitas janelas através das quais só se pode ver a chuva a cair lá fora, como se no mesmo centro dessa sensação de segurança e de amparo se encontrasse a semente do vazio.»
David Foster Wallace, The Pale King, pág. 185. [Tradução livre: AMC; edição – New York: Back Bay Books, 2012, 592 pp.]
Este ano que passou foi parco em leituras por estas bandas, não só por algum aborrecimento confuso, como devido à minha eleição de obras intermináveis para a secção de leituras escolhidas.
Em resumo, 31 obras editadas em Portugal em 2012 foram lidas, 29 das quais reveladas na habitual coluna do lado direito deste blogue, onde predominou a “ficção” sobre a “não-ficção”, e votei 2 obras como excepcionais ou obra-prima, 11 como muito boas, 9 como boas e 7 como razoáveis, de cuja leitura poderia ter prescindido.
Depois de muito reflectir sobre um possível “ex-aequo” para as duas primeiras obras da lista (como ocorreu na minha lista de 2007), o resultado final foi o seguinte:
Os Melhores Livro de Ficção de 2011
David Foster Wallace, A Piada Infinita (ed. port. Quetzal; Infinite Jest, 1996);
Thomas Pynchon, Arco-Íris da Gravidade (ed. port. Bertrand; Gravity’s Rainbow, 1973);
Ian McEwan, Mel (ed. port. Gradiva; Sweet Tooth, 2012);
Saul Bellow, O Legado de Humboldt (ed. port. Quetzal; Humboldt’s Gift, 1975);
Philip Roth, Goodbye, Columbus e Cinco Contos (ed. port. Dom Quixote; Goodbye, Columbus, 1959);
Ali Smith, Qualquer Coisa Como (ed. port. Quetzal; Like, 1997);
Julio Ramón Ribeyro, A Palavra do Mudo (ed. port. Ahab; La palabra del mudo, 1973 e ss. – selecção da edição portuguesa);
Carlos Fuentes, Contos Naturais (ed. port. Porto Editora; Cuentos naturales, 2007);
Enrique Vila-Matas, Ar de Dylan (ed. port. Teodolito; Aire de Dylan, 2012);
Don DeLillo, O anjo Esmeralda (ed. port. Sextante; The Angel Esmeralda: Nine Stories, 2011).
Os Melhores Livro de Não-Ficção de 2012
Edmund De Waal, A lebre de olhos de âmbar (ed. port. Sextante; The Hare with Amber Eyes – A Hidden Inheritance, 2010);
Jonathan Franzen, A Zona de Desconforto (ed. port. Dom Quixote; The Discomfort Zone: A Personal History, 2006);
Paul Auster, Diário de Inverno (ed. port. Asa; Winter Journal, 2012).
E agora a Memória, os meus melhores livros de ficção desde 2005 – ano da fundação deste blogue:
2005 – Kazuo Ishiguro, Nunca Me Deixeis (ed. port. Gradiva; Never Let Me Go, 2005)
2006 – Vladimir Nabokov, Convite para uma decapitação (ed. port. Assírio & Alvim; Priglasheniye na kazn, 1936)
2007 – (2 obras em igualdade) Colm Tóibín, O Mestre (ed. port. Dom Quixote; The Master, 2004) & Jonathan Littell, As Benevolentes (ed. port. Dom Quixote; Les Bienveillantes, 2006)
2008 – Robert Musil, O homem sem qualidades, volumes I e II (ed. port. Dom Quixote; Der Mann ohne Eigenschaften, 1930-1942)
2009 – John Updike, Coelho em Paz (ed. port. Civilização; Rabbit at Rest, 1990)
2010 – Saul Bellow, As Aventuras de Augie March (ed. port. Quetzal; The Adventures of Augie March, 1953)
2011 – Julian Barnes, O Sentido do Fim (ed. port. Quetzal; The Sense of an Ending, 2011).
Sem muita conversa e sem dar importância ao que para aí e acolá se vai vendo de listas de final de ano – e o que não se vê é quase tudo o que aqui foi escolhido: ou estou completamente desfasado da realidade estética da música pop, rock, electrónica, ou alternativa contemporânea, ou ainda melhor, o vasto campo musical onde sempre me movi, e movimentava-me muitíssimo mais há coisa de uma ou duas décadas, levou-me à profissão destas dez heteróclitas escolhas –, chegou, pois, o momento de revelar a ordem de preferências dos álbuns que por aqui desfilaram desde o dia 10 de Dezembro.
Os Melhores Álbuns de 2012
Tame Impala, Lonerism (Modular);
Calexico, Algiers (City slang);
ERAAS, ERAAS (Felte);
Beach House, Bloom (Bella union);
Stagnant Pools, Temporary Room (Polyvinyl);
The xx, Coexist (Young Turks);
Clinic, Free Reign (Domino);
Animal Collective, Centipede Hz (Domino)
PAWS, Cokefloat! (Fat Cat)
David Byrne & St. Vincent, Love this Giant (4AD)
(Nota pertinentíssima – os dois primeiros foram os últimos a ser revelados, por ordem inversa, nos dias 20 e 21. Um verdadeiro passe de mágica… Subtileza artística. E Tudo! Pim!)
De seguida, é de todo justa a referência a quatro álbuns que também me encheram as medidas e que, para ser sincero, me dava uma vontade indómita de os colocar nas posições supramencionadas, por substituição dos 7.º a 10.º classificados.
Eis as minhas Menções Honrosas para 2012, com direito a vídeo (organizados por ordem alfabética do nome do músico ou da banda):
Andy Stott, Luxury Problems(Modern Love):
Lee Ranaldo, Between the Times and the Tides(Matador):
Moullinex, Flora (Gomma):
Patrick Watson, Adventures In Your Own Backyard (Domino):
Banda Sonora Original a destacar (escolha mais que óbvia para um radioheadiano-ptandersoniano):
Jonny Greenwood, The Master – O.S.T.(Nonesuch)
Já nem há muito mais para as decepções, basta referi-las e ouvi-las num lugar e numa data qualquer por esse espaço infinito: Air, Hives e os que continuam A Esmagar Abóborassince 1988 (thru 1995, ano que deveria ter ditado o fim).
Livros, talvez amanhã. Porém, continuam perfilados mesmo aí ao lado.
Por problemas informáticos não publiquei, de acordo com o que pretendia, as listas que aqui referi mais cedo durante este dia, o dos despojos natalícios. Infelizmente, este não se fica pela famosa Roupa Velha, mas vai mais além, manifestando-se num conjunto bastante amplo de consumistas que dormem, quais vagabundos de cara tisnada pelo frio, à porta das grandes superfícies comerciais para adquirir o gadget ou a roupinha com logótipo de pretenso luxo a metade do preço, e posteriormente ostentar no bando pequeno burguês que envolve as suas vidas.
Resolvido o assunto informático, só me resta, sem muitas palavras, concretizar o que havia prometido. Deixo uma nota, apenas, para manifestar o não tão estranho desfasamento entre as listas publicadas abaixo e as outras organizadas por gente que entende da coisa e/ou que faz dela profissão. Se Amigos Improváveis (Intouchables, 2011) é o feel-good-movie-of-the-year, e aquele que mais receitas arrecadou no centenário cinema francês, isto não significa que a partir de agora assuma como premissa que a magnitude da multidão que aflui às salas de cinema demonstre uma razão para qualificar de belo, decente e tecnicamente perfeito o filme em questão; não me guio por isso, e até, na maioria das vezes, o popularucho provoca-me uma certa urticária, logo a popularidade não é, nem pode ser, uma razão directa ou inversamente proporcional para a apreciação; aqui e agora manifesto apenas o verdadeiro prazer que, confesso, com a tal desconfiança a priori, retirei do visionamento da obra da dupla Nakache e Toledano, a que em muito contribuiu o momento fílmico do brutal 3.º andamento do Concerto n.º 2 em sol menor das Quatro Estações de Vivaldi (“L’estate”, Presto). Nem posso deixar de referir a minha devoção kaurismakiana pelas efabulações visuais da vida como ela é, a que passa pelos nossos olhos, mas que não vemos ou entendemos, ou não a queremos olhar e compreender. Fincher teria de constar, apesar do franchise e do decalque americano da obra sueca. Finalmente, continuo a não entender os adoradores de Magic Mike do ardiloso Soderbergh– um fenómeno nebuloso para mim –, mas que surgiu em várias listas de gente graúda nesta matéria ao lado dos melhores.
The End.
Os 10 Melhores Filmes de 2012 (por ordem de preferência):
Martha Marcy May Marlene, de Sean Durkin (2011);
Tabu, de Miguel Gomes (2012);
O Cavalo de Turim, de Béla Tarr (A torinói ló, 2011);
Amor, de Michael Haneke (Amour, 2012);
Looper – Reflexo Assassino, de Rian Johnson (Looper, 2012);
Holy Motors, de Leos Carax (2012);
Cosmopolis , de David Cronenberg (2012);
César Deve Morrer, de Paolo Taviani e Vittorio Taviani (Cesare deve morire, 2012);
4:44 Último Dia na Terra, de Abel Ferrara (4:44 Last Day on Earth, 2011);
The Grey – A Presa, de Joe Carnahan (The Grey, 2012).
7 Menções Honrosas (por ordem alfabética do título em português):
Amigos Improváveis, de Olivier Nakache e Eric Toledano (Intouchables, 2011);
Crónica, de Josh Trank (Chronicle, 2012);
O Dia Antes do Fim, de J.C. Chandor (Margin Call, 2011);
Elena, de Andrey Zvyagintsev (2011);
Le Havre, de Aki Kaurismäki (2011);
Millennium 1 – Os Homens que Odeiam as Mulheres, de David Fincher (The Girl with the Dragon Tattoo, 2011);
Temos de Falar Sobre Kevin, de Lynne Ramsay (We Need to Talk About Kevin, 2011).
Como se tornou hábito neste blogue, é divulgada uma lista de filmes supostamente preciosos e imperdíveis que, por vários motivos, não tive a oportunidade de ver (o centralismo cultural é um dos principais). Em 2012 indico 10 filmes “não-vistos” que, de acordo com a crítica e com a opinião de pessoas que reputo de bom juízo cinéfilo, poderiam alterar as listas acima referidas (organizados por ordem alfabética do título em português):
007 – Operação Skyfall, de Sam Mendes (Skyfall, 2012);
Apollonide – Memórias de um Bordel, de Bertrand Bonello [L’Apollonide (Souvenirs de la maison close), 2011];
Era Uma Vez na Anatólia, de Nuri Bilge Ceylan (Bir zamanlar Anadolu’da, 2011);
O Gebo e a Sombra, de Manoel de Oliveira (2012);
A Loucura de Almayer, de Chantal Akerman (La folie Almayer, 2011);
O Meu Maior Desejo, de Hirokazu Koreeda (Kiseki, 2011);
Michael, de Markus Schleinzer (2011);
Morre... e Deixa-me em Paz, de Richard Linklater (Bernie, 2011);
O Polícia, de Nadav Lapid (Ha-Shoter, 2011);
Polissia, de Maïwenn (Polisse, 2011).
Finalmente, os “Razzies” deste blogue, ou seja os piores filmes do ano. Com alguma infelicidade, multipliquei cerca de meia dúzia de euros por 13, mas apenas revelarei 10 desses miseráveis.
Os 10 Piores Filmes de 2012 (ordenados da 1.ª à 10.ª posição, ou seja, do pior ao menos mau):
À Fria Luz do Dia, de Mabrouk El Mechri (The Cold Light of the Day, 2012);
O Corvo, de James McTeigue (The Raven, 2012);
Impune, de Dito Montiel (The Son of No One, 2011);
A Mulher de Negro, de James Watkins (The Woman in Black, 2012);
Magic Mike, de Steven Soderbergh (2012);
O Monge, de Dominik Moll (Le moine, 2011);
Estrada de Palha, de Rodrigo Areias (2012);
Adeus, Minha Rainha, de Benoît Jacquot (Les adieux à la reine, 2012);
Declaração de Guerra, de Valérie Donzelli (La guerre est déclarée, 2011);
Rampart, o Renegado, de Oren Moverman (Rampart; 2011).
O vídeo deste ano recorda, uma vez mais, Bing Crosby e a época que lhe é sempre associada; o homem do anualmente reeditado “White Christmas” de Irving Berlin.
O curto filme que se segue, gravado em Inglaterra para a televisão, foi o último de Crosby. Mais um dos seus especiais para a quadra natalícia que ao longo dos anos protagonizou, representando e cantando, ao lado dos seus pares mais célebres, incluindo o seu proto-rival Frank Sinatra, a Voz.
No seu último trouxe Bowie. O Camaleão canta “Peace on Earth” num belíssimo dueto, com Bing a entoar “The Little Drummer Boy”. A gravação ocorreu no dia 11 de Setembro de 1977; Bing morre, vítima de um ataque cardíaco fulminante em pleno buraco 18 num campo de golfe nos arredores de Madrid, no dia 14 de Outubro do mesmo ano.
O Sr. Natal continua a ser recordado. E nós, à medida que vamos envelhecendo, apercebemo-nos de que a época vem carregada de uma melancolia pungente, surda, inexorável e que parece somatizar-se num imenso nó na garganta, apenas libertado pela alegria que irradia daqueles que chegaram há menos de uma década, em cujos olhos brilham lágrimas que brotam de outra fonte.
Quando esta manhã passava os meus olhos pelos blogues que consulto numa base regular, deparei-me com este texto do João Gonçalves que, embora culmine em assunto diverso àquele que me traz aqui, materializado nestas curtas palavras, avivou ainda mais o meu deslumbramento pelo filme de um realizador que tem o condão (e ele gosta de o ter) de instilar apreciações maniqueístas na crítica e nos cinéfilos espalhados por esse mundo fora (especialmente os norte-americanos – perguntem a James Caan –, que não se esquecem facilmente da mensagem muito pouco subliminar, que mesmo que o fosse seria destruída com as imagens em slideshow nos créditos finais, de Dogville (2003) e de Manderlay (2005) – a tragédia americana aferroada por um dos maiores provocateurs da cinematografia contemporânea), esse é Lars von Trier.
No ano passado, por esta altura, inclui-o na 3.ª posição do meu Top 10, atrás de Malick e de Skolimowski. Porém, enquanto estes ficaram pelo único visionamento no grande ecrã, Melancolia (Melancholia, 2011) passou, em 2012, vezes sem conta debaixo dos meus olhos, com paragens de imagem, slow motions, fast forwards e rewinds repetidos tanta vezes quanto o necessário, detendo-me ora nos pormenores, nas expressões, nas cores, ora em toda a mise-en-scène, e até repousado, de olhos fechados, a escutar apenas as ondas de choque wagnerianas com os fotogramas da esplendorosa introdução gravados na retina.
Não é por isso que deixarei de aqui postar as minhas listas, mas Melancolia foi de facto o meu filme de 2011 (saltou dois lugares), que me desculpem os adeptos do panteísmo malickiano ou os da imagética skolimowskiana, o autor de As Cinco Obstruções, levou-lhes a palma.
Pouco depois da hora em que o mundo iria acabar, e ponderado o espírito do tempo, é chegado o momento de mostrar ao meu (talvez constituído por 10 pessoas que ainda têm pachorra para ler o aqui escrevo, que de ano para ano se tornou mais insípido, desinteressante e sem a chama da exaltação perante os pensamentos exteriorizados, os sentimentos proclamados e as acções praticadas em que prevalecem impudicamente a iniquidade, a estultícia e/ou a perfídia que, decerto, resultam de um íntimo erro de base na catalogação, porque na verdade, eliminando a minha eventualmente distorcida mundividência, se tratam de formas de pensar, de sentir ou de agir justas, sensatas e/ou honestas), mas como dizia eis que, nas horas subsequentes ao pseudo-armagedão e tal como prometi, chegou o momento de revelar o meu primeiro balanço fílmico do ano, divulgando os filmes que me mereceram uma nota positiva entre aqueles que pude ver – geralmente não discorro sobre aqueles que não vejo, embora possa manifestar alguma desconfiança (um nebuloso apriorismo) em razão de inúmeros factores que me possam ajudar a intuir sobre as suas potenciais peculiaridades que me levam à troça fácil.
Assim, antes de divulgar a lista, deixo aqui ficar um pequeno resumo estatístico sobre os filmes estreados em salas de cinema nacionais em 2012, em concreto as estreias que ocorreram entre os dias 29 de Dezembro de 2011 e 20 de Dezembro de 2012, inclusive:
Nesse período estrearam em Portugal 285 filmes;
Do total de filme exibidos, consegui ver 59 (21%), facto incontornável e que se tratou de uma verdadeira surpresa para este vosso listómano, porquanto já me havia convencido de que este tinha sido o ano menos profícuo em deslocações ao cinema – a propensão marginal imaginada para o consumo artístico desce consideravelmente em períodos de semi-perda de soberania por resgate financeiro (pessoal e nacional);
Do conjunto anterior, 2, 12 e 10 filmes foram produzidos em 2010, 2011 e 2012, respectivamente;
Desses 59 filmes vistos, 24 mereceram nota positiva, 22 foram-me completamente indiferentes (o entusiasmo foi tão grande que a maioria já há muito havia debandado da minha memória, não fora a minha (in)útil mania de os pontuar no IMDB, e os 59 passariam a quarenta e muitos) e 13 foram incluídos na confusa escala que vai do “horripilante” ao “indigno” como objecto de manifestação artística;
Entre os que se incluem no grupo dos 79% não vistos, destaquei 10 que eventualmente poderiam fazer aumentar a lista dos melhores, baseando-me em opiniões de profissionais e amadores da coisa fílmica que muito reputo, tanto em termos nacionais, como internacionais;
Dos 24 filmes que, como já referi noutro texto, tocaram a minha veia sensível, 11 foram produzidos nos Estados Unidos;
Dos 13 filmes que me repugnaram, horrorizaram, decepcionaram e/ou me induziram a náusea, 7 foram produzidos nos Estados Unidos.
Finda a estatística, eis os 24+ de 2012 (semifinalistas, como explicarei no fim deste texto), organizados por ordem alfabética – alfanumérica, se quiserem – do título em português, afora artigos definidos e indefinidos:
4:44 Último Dia na Terra, de Abel Ferrara (4:44 Last Day on Earth, 2011);
À Queima-Roupa, de Fred Cavayé (À bout portant, 2010);
Amigos Improváveis, de Olivier Nakache e Eric Toledano (Intouchables, 2011);
Amor, de Michael Haneke (Amour, 2012);
Argo, de Ben Affleck (2012)
O Cavalo de Turim, de Béla Tarr (A torinói ló, 2011);
César Deve Morrer, de Paolo Taviani e Vittorio Taviani (Cesare deve morire, 2012);
Cosmopolis, de David Cronenberg (2012);
Crónica, de Josh Trank (Chronicle, 2012);
O Deus da Carnificina, de Roman Polanski (Carnage, 2011);
O Dia Antes do Fim, de J.C. Chandor (Margin Call, 2011);
Elena, de Andrey Zvyagintsev (2011);
Enterrado, de Rodrigo Cortés (Buried, 2010);
Holy Motors, de Leos Carax (2012);
Le Havre, de Aki Kaurismäki (2011);
Uma Lista a Abater, de Ben Wheatley (Kill List, 2011);
Looper – Reflexo Assassino, de Rian Johnson (Looper, 2012);
Martha Marcy May Marlene, de Sean Durkin (2011);
Millennium 1 – Os Homens que Odeiam as Mulheres, de David Fincher (The Girl with the Dragon Tattoo, 2011);
Tabu, de Miguel Gomes (2012);
Temos de Falar Sobre Kevin, de Lynne Ramsay (We Need to Talk About Kevin, 2011);
The Grey – A Presa, de Joe Carnahan, (The Grey, 2012)
Vergonha, de Steve McQueen (Shame, 2011);
As Voltas da Vida, de Robert Lorenz (Trouble with the Curve, 2012).
Para a semana, em texto a publicar (talvez no próximo dia 26):
Da lista acima mencionada, serão extraídos 10 que serão organizados por ordem de preferência e constituirão o meu Top 10 – Os Melhores Filmes de 2012 –, tal como 7 serão apresentados por ordem alfabética integrando a lista de “Menções Honrosas” – filmes fora do Top 10 mas que merecem destaque na lista dos 24;
Listarei 10 filmes não vistos que, eventualmente, poderiam influenciar as listas dos melhores;
Revelarei a lista dos meus mui estimados “Razzies”, que inclui 10 filmes extraídos dos 13 que considerei repugnantes, horrorosos, decepcionantes e/ou nauseantes, organizados do pior ao menos mau – o que significa que, ao contrário dos que me agradaram, a imensa comunidade que me segue não ficará a conhecer os 3 maus que ficaram de fora, assim como, note-se, os 22 que me foram absolutamente indiferentes;
Em resumo, só dou a conhecer o título de cerca de 58% dos filmes que tive a oportunidade de ver e quase 4,5% dos que não vi, estreados em salas de cinema durante 2012.