segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

A 8.ª potência

Revista: Dia DNa edição de hoje da revista Dia D – número 22 – do jornal Público, a economia espanhola está em destaque, tentando discutir-se se para Portugal é bom ou mau ter um vizinho que poderá, em breve, ser considerado como a oitava economia mundial, integrando, de pleno direito, o G8 que passaria, assim, a G9 – que na prática se revestiria na fórmula de G(8+1), já que a Rússia está representada na qualidade dela mesma, isto é, com a economia depauperada mas, não vá o diabo tecê-las, com uma imensa influência política.
Tal como
aqui foi dito – num segundo artigo a 5 de Janeiro –, esta notícia não me espanta. O que cada vez mais me espanta é o nosso provincianismo, difícil de expurgar, plasmado no célebre adágio que “De Espanha nem bom vento, nem bom casamento”.
Só quem por lá passou e viveu – como é o meu caso – consegue vislumbrar a dinâmica de um povo empenhado no verdadeiro fortalecimento e engrandecimento da sua economia, que, apesar de tudo, emana de um forte espírito nacional. Poder-se-á apontar a forte tensão territorial existente entre as autoridades de Madrid e determinadas regiões autónomas, como são os casos do País Basco e da Catalunha. Todavia, a autonomia dessas regiões é uma realidade e que funcionou como um verdadeiro catalisador para que se tenha logrado alcançar o desiderato de um desenvolvimento sustentado e harmonioso do país por inteiro.
Para que não restem dúvidas veja-se a infografia publicada hoje na
referida revista, na qual se poderá observar que apenas as regiões autónomas da Extremadura e da Andaluzia estão a par de Portugal – com a honrosa excepção de Lisboa e do Algarve – no nível de riqueza medido pelo rácio PIB per capita a preços correntes referente ao ano de 2002.



(clique aqui ou na imagem para aumentar)



Esta tendência tem vindo a observar-se há anos e parece-nos que, fatalmente – lá está o nosso fado! –, jamais se conseguirá inverter, ao contrário do forte crescimento da economia portuguesa ocorrido nas décadas de 80 e 90 do século passado.
Muitas razões poderão ser aventadas, porém há duas que aqui destaco: (1) a transição pacífica para a democracia após a morte de Franco e (2) a estabilidade governativa que a partir daí se verificou com apenas 4 Governos em 30 anos de democracia – tal como
aqui referi no primeiro artigo postado em 3 de Janeiro deste ano.

Portugal, Quo Vadis?

PS – convém não esquecer o forte desenvolvimento do sistema de ensino espanhol, destacando-se escolas como o
Instituto de Empresa (Madrid), a IESE (Universidade de Navarra, em Barcelona e também em Madrid) e a ESADE (Barcelona) que começaram a marcar presença em anos consecutivos no top 50 que classifica, mediante determinados critérios – que variam de publicação em publicação –, a excelência de escolas de negócios a nível mundial.

1 comentário:

Anónimo disse...

muito bem...