Três anos depois do mediano Miami Vice, Mann volta ao grande ecrã sentado na cadeira que mais lhe diz, a do realizador, dirigindo desta vez a dupla Depp & Bale, adaptando para o cinema a verídica e aclamada história de gangsters, publicada em 2004, pelo escritor e jornalista Bryan Burrough, Public Enemies: The True Story of America’s Greatest Crime Wave.
Reduzindo ao mínimo (por preguiça) o argumento do filme: trata da ascensão de J. Edgar Hoover (Billy Crudup) na chefia impiedosa do BOI – que comandava desde 1924 –, mais tarde FBI (1936) e do seu agente especial – objecto das suas tão típicas invejas pessoais – Melvin Purvis (Christian Bale) no restabelecimento da ordem pública, quando em 1933 os Estados Unidos enfrentavam o crescimento exponencial da criminalidade no pós-1929 e a pior vaga de crimes da sua história. À época sobressaíam criminosos, ainda hoje famosos, como John Dillinger (Johnny Depp, na imagem), Baby Face Nelson (Stephen Graham), Pretty Boy Floyd (Channing Tatum), entre outros não referenciados no filme como Bonnie e Clyde, Machine Gun Kelly ou o gang de Ma-Barker e do seu impiedoso e assustador associado “Creepy” Alvin Karpis.
Estreia em Julho nos Estados Unidos e, provavelmente, no fim do ano em Portugal.
Com este filme e o que ontem referi, ambos a estrear em ano de forte crise económica mundial – 80 anos após a Grande Depressão –, nada melhor que recordar os feitos das mentes criminosas que se serviram da instabilidade e da debilidade política, económica e social para atingir os seus fins perversos. Hoje, todavia, até os criminosos de puro sangue perderam o seu olhar vítreo e celerado, as cicatrizes lapidares, a rudeza e a ostentação impudica dos seus troféus de caça. Nos dias que correm, os grandes criminosos são conduzidos em jaguares, envergam Zegna e Armani, estudam o tempo em Rolex ou Patek Philippe, assinam os crimes com Mont Blanc ou Conway Stewart, carregam os seus papéis em Louis Vuitton prontos para uma lavagem em Gibraltar, nas Ilhas Virgens ou nas Caimão, regressando a solo firme nos seus Cessna, Gulfstream ou Learjet, mal sentando o rabo temerário nos cadeirões esterilizados das salas dos conselhos de administração de, pelo menos, 200 m2, equipadas de mobiliário de design, à espera que o Estado, de cócoras perante tal magnificência e opulência, lhes ponha a mão por baixo com o dinheiro que nos vai retirando sempre que ousamos pedir um café que possa despertar-nos para a dureza do quotidiano – talvez seja esse o delito, mantermo-nos acordados.
Reduzindo ao mínimo (por preguiça) o argumento do filme: trata da ascensão de J. Edgar Hoover (Billy Crudup) na chefia impiedosa do BOI – que comandava desde 1924 –, mais tarde FBI (1936) e do seu agente especial – objecto das suas tão típicas invejas pessoais – Melvin Purvis (Christian Bale) no restabelecimento da ordem pública, quando em 1933 os Estados Unidos enfrentavam o crescimento exponencial da criminalidade no pós-1929 e a pior vaga de crimes da sua história. À época sobressaíam criminosos, ainda hoje famosos, como John Dillinger (Johnny Depp, na imagem), Baby Face Nelson (Stephen Graham), Pretty Boy Floyd (Channing Tatum), entre outros não referenciados no filme como Bonnie e Clyde, Machine Gun Kelly ou o gang de Ma-Barker e do seu impiedoso e assustador associado “Creepy” Alvin Karpis.
Estreia em Julho nos Estados Unidos e, provavelmente, no fim do ano em Portugal.
Com este filme e o que ontem referi, ambos a estrear em ano de forte crise económica mundial – 80 anos após a Grande Depressão –, nada melhor que recordar os feitos das mentes criminosas que se serviram da instabilidade e da debilidade política, económica e social para atingir os seus fins perversos. Hoje, todavia, até os criminosos de puro sangue perderam o seu olhar vítreo e celerado, as cicatrizes lapidares, a rudeza e a ostentação impudica dos seus troféus de caça. Nos dias que correm, os grandes criminosos são conduzidos em jaguares, envergam Zegna e Armani, estudam o tempo em Rolex ou Patek Philippe, assinam os crimes com Mont Blanc ou Conway Stewart, carregam os seus papéis em Louis Vuitton prontos para uma lavagem em Gibraltar, nas Ilhas Virgens ou nas Caimão, regressando a solo firme nos seus Cessna, Gulfstream ou Learjet, mal sentando o rabo temerário nos cadeirões esterilizados das salas dos conselhos de administração de, pelo menos, 200 m2, equipadas de mobiliário de design, à espera que o Estado, de cócoras perante tal magnificência e opulência, lhes ponha a mão por baixo com o dinheiro que nos vai retirando sempre que ousamos pedir um café que possa despertar-nos para a dureza do quotidiano – talvez seja esse o delito, mantermo-nos acordados.
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