Na passada sexta-feira foram anunciadas as nomeações para 34.ª edição dos Césares da Academia das Artes e Técnicas Cinematográficas de França, cuja cerimónia de entrega se realizará no próximo dia 27 de Fevereiro, em Paris, no Théâtre du Châtelet (cinco dias após a cerimónia de entrega dos Óscares da Academia de Hollywood), pelas 21 horas locais (20 horas – hora de Lisboa).
Da lista de nomeações sobressaem quatro filmes:
- Mesrine, de Jean-François Richet, com 10 nomeações (um díptico, ou filme em duas partes – L’Instinct de mort e L’Ennemi public n°1 – baseado na histórica verídica do famoso assaltante e assassino francês Jacques Mesrine (1936-1979), segundo dizem magistralmente interpretado por Vincent Cassel, também nomeado para o César de Melhor Actor);
- Segue-se um trio com 9 nomeações cada: Un conte de Noël, de Arnaud Desplechin; Séraphine, de Martin Provost; e Le Premier Jour du reste de ta vie, de Rémi Bezançon.
De notar que entre os sete filmes nomeados na categoria “Melhor Filme Estrangeiro” – filmes não produzidos em França, independentemente da língua em que é falado – figuram três filmes produzidos nos Estados Unidos (com James Gray a ver um filme seu nomeado pelo segundo ano consecutivo) e dois na Bélgica, completando a lista um filme israelita e outro italiano:
- Eldorado, de Bouli Lanners – Bélgica;
- Gomorra, de Matteo Garrone – Itália;
- Haverá Sangue, de Paul Thomas Anderson – Estados Unidos (There Will Be Blood);
- O Lado Selvagem, de Sean Penn – Estados Unidos (Into the Wild);
- O Silêncio de Lorna, de Jean-Pierre e Luc Dardenne – Bélgica (Le silence de Lorna);
- Two Lovers, de James Gray – Estados Unidos;
- A Valsa com Bashir, de Ari Folman – Israel (Vals Im Bashir).
Outras notas:
- O aclamado filme de Laurent Cantet, A Turma (Entre les murs), vencedor da Palma de Ouro de Cannes em 2008 e nomeado para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2009, recebeu 5 nomeações, entre elas as de “Melhor Filme”, “Melhor Realizador” e “Melhor Argumento Adaptado”;
- A octogenária realizadora franco-belga Agnès Varda (n. 1928), foi nomeada na categoria “Melhor Filme Documentário”, com Les plages d’Agnès. A criadora de Sem Eira Nem Beira (Sans toit ni loi, 1985) e uma das veteranas da Nouvelle Vague francesa, realizou um documentário autobiográfico, sobre os lugares da sua infância e os seus primeiros passos na realização, designadamente com o seu aclamado e premiado primeiro filme de 1955 La pointe courte;
- O escritor francês Philippe Claudel (n. 1962) viu o seu primeiro filme Il y a longtemps que je t’aime ser nomeado para 6 categorias, entre as quais as de melhores “Filme” e “Primeiro Filme”, assim como a nomeação, quase por obrigação, procedente da sua ocupação principal, de “Melhor Argumento Original”, embora, em prol da verdade, escrever um guião seja, estilística e tecnicamente, diferente de escrever um livro.
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