quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Falta aqui alguém...

Seis realizadores nomeáveis para os Óscares deste ano numa mesa redonda promovida pelo The Hollywood Reporter para falar sobre o trabalho do ano e a inevitável bambochata dos projectos para o futuro.
Há por aí vídeos espalhados com as palavras, interpelações e expressões pretensamente espirituosas dos seis egos em análise.


Os Óscares. Essa terrível estatueta dos infernos para o profissional de cinema ou cinéfilo culto. Há, todavia, uma imagem que, por mais tempo que a minha alma deambule sobre este planeta, jamais irei esquecer: a subida ao palco do Kodak Theatre de Martin Scorsese, no dia 25 de Fevereiro de 2007, para receber das mãos do trio Coppola/Lucas/Spielberg a estatueta dourada pela “Melhor Realização” em Entre Inimigos (The Departed, 2006): a alegria agarotada de um homem sexagenário que conquistou o presente que ardentemente desejou durante anos, de sorriso comovido, rasgado de orelha a orelha, o orgulho pelo reconhecimento, menos apalhaçado, patético e grotesco que um Benigni em 1999, menos enfatuado que um Cameron, “King of the World”, em 1998, mas mais contido que um realmente feliz, sem vergonha de o mostrar em directo para milhões de pessoas, Stanley Donen, pai do Serenata à Chuva (Singin’ in the Rain, 1952) quando em 1998 recebeu o Óscar honorário e executou um notável pas de deux, em pleno Shrine Auditorium, com a estatueta ao som do “Cheek to Cheek” de Irving Berlin, canção imortalizada no filme musical de Mark Sandrich Chapéu Alto (Top Hat) de 1935 por Fred Astaire e mais tarde parte integrante de um dos melhores álbuns musicais de sempre, Come Dance with Me! (1959) de Frank Sinatra, com arranjo orquestral e direcção de orquestra de Billy May.
Muito poucos se podem gabar da indiferença com que encaram o evento e, em jeito de peroração palmelense, vocês sabem de quem estou a falar…

Mas, voltando ao meeting dos prováveis, alguém faltou...

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