quarta-feira, 19 de abril de 2006

A trissecção do ângulo

Há pouco tive a feliz oportunidade de ver o que nos espera no próximo Quadratura do Círculo na SIC-Notícias, com emissão garantida para as 23 horas de hoje.
Parafraseando o Simão Sabrosa – aquando da entrega do troféu “A Bola de Bronze”, há uns anos atrás –, ambos os três foram unânimes ao considerarem aqueles que se indignaram com a debandada parlamentar na véspera da quinta-feira Santa como demagogos e populistas.
Chegou-se ao cúmulo de se afirmar que o nosso parlamento funciona numa lógica partidária – o que é a mais pura das verdades, significando que se esqueça de uma vez por todas a representatividade dos círculos eleitorais – logo a verificação do quórum nem seria assim tão necessária!
É de bradar aos céus!!!
Nesse sentido, proponho que se reduza o número de deputados a 1 por cada grupo parlamentar, onde cada qual deteria o correspondente à fracção do número de deputados eleitos sobre o número total de deputados da câmara.

Um exemplo bem elucidativo:

  • Alberto Martins, líder do grupo parlamentar do PS, vale 121 deputados num total de 230, logo tem uma percentagem de voto na Assembleia de 52,6%;
  • Marques Guedes, PSD, 75/230, 32,6%;
  • Bernardino Soares, PCP, 12/230, 5,2%;
  • Nuno Melo, CDS-PP, 12/230, 5,2%;
  • Luís Fazenda, BE, 8/230, 3,5%;
  • Heloísa Apolónia, PEV, 2/230, 0,9%.

Assim, poupar-se-ia o montante correspondente a 224 ordenados na actual legislatura.
A actual quadratura vê-se grega para explicar determinadas evidências e, depois, à laia de Arquimedes de paróquia, encontram a solução através da trissecção do ângulo: o consenso!
Mais um mistério resolvido!

Deo Gratias!

1 comentário:

Anónimo disse...

Ora nem mais! Além disso, poupavam-nos àqueles debates enfadonhos, em que a maior parte dos senhores deputados vai dizer mais do mesmo, com berros esbracejantes do alto da tribuna. Estes "circulistas" têm mesmo um discurso quadrado. E ainda querem que a malta vá na lábia deles.