sexta-feira, 28 de abril de 2006

Kazuo Ishiguro

Kazuo IshiguroA propósito deste texto d’O Sniper:
Escritor inglês, de origem japonesa – nasceu em Nagasáqui há 41 anos.
Sobre ele já muito escrevi, sobre os seus romances permitam-me destacar o seu último «Nunca Me Deixes», publicado em Portugal pela Gradiva em Julho de 2005 (Never Let me Go, 2005), li-o, ou melhor, devorei-o em 2 dias mal havia acabado de sair para os escaparates.
Com este romance, Ishiguro foi finalista do
The Man Booker Prize de 2005 – prémio arrecadado pelo último romance de John Banville, The Sea (ainda sem tradução em português) –, no entanto, Ishiguro já o havia recebido em 1989 pelo o seu romance magistral «Despojos do Dias» (The Remains of the Day, 1989).
O que há de mais transcendente neste autor é a sua escrita simples, tocante e inebriante sobre temas complexos e polémicos.
Da nova vaga, no panorama internacional, só o norte-americano Michael Cunningham, no meu modesto entender, lhe consegue equiparar-se, se bem que, mesmo assim, prefira o autor inglês.
Nada mais direi sobre o autor, porque tudo aquilo que se seguiria poderia soar a uma sucessão de hipérboles sobre as sua qualidades literárias.
No entanto, deixo aqui uma informação que retirada
daqui.
Em Outubro de 2005, a revista norte-americana
Time anunciou a lista dos melhores romances em língua inglesa, publicados entre o ano da fundação da revista, 1923, até aos dias de hoje – All-Time 100 Novels. Nessa lista figura o romance de Ishiguro «Nunca Me Deixes», juntamente com outros vultos da literatura de língua inglesa, como por exemplo:
Anthony Burgess, C. S. Lewis, E. L. Doctorow, E. M. Forster, Ernest Hemingway, Evelyn Waugh, F. Scott Fitzgerald, George Orwell, Graham Greene, Harper Lee, Henry Miller, Ian McEwan, Iris Murdoch, J. D. Salinger, J. R. R. Tolkien, Jack Kerouac, John Le Carré, John Steinbeck, John Updike, Kurt Vonnegut, Margaret Atwood, Paul Bowles, Philip K. Dick, Philip Roth, Raymond Chandler, Salman Rushdie, Saul Bellow, Thomas Pynchon, Toni Morrison, V. S. Naipaul, Virginia Woolf, Vladimir Nabokov, William Burroughs, William Faulkner, William Golding ou Zadie Smith.
Ver lista completa dos 100 romances
aqui.

Nota: Fáceis de se encontrar em qualquer livraria estão dois dos seus romances traduzidos em português, para além do já mencionado «Nunca Me Deixes»:
  • «As Colinas de Nagasáqui», Relógio D'Água (s/ data) - A Pale View of Hills, 1982 (o seu 1.º romance);
  • «Quando Éramos Órfãos», Gradiva (Novembro de 2000) - When We Were Orphans, 2000.

2 comentários:

Anónimo disse...

Só para acrescentar alguma informação, dado que partilho consigo a admiração por Ishiguro. Quase todos os romances dele estão disponíveis em língua portuguesa, a excepção será "An Artist of the Floating World". E ainda bem, dado que ele é um dos mais originais, no estilo e nos temas, autores contemporâneos. Já a comparação com Cunnigham parece-me exagerada. A simplicidade do autor britânico é aparente; o seu domínio da língua inglesa é primoroso, comparável a um Henry James, por exemplo. Cunningham produziu um bom pastiche de Virginia Woolf e pouco mais. O último dele, "Dias Exemplares", é decepcionante. Desisti ao fim de vinte páginas.

Cumprimentos.

Anónimo disse...

Caro Sérgio,
Concordo que Ishiguro é melhor que Cunningham.
No entanto, só não estou da acordo com a análise do seu último livro "Dias Exemplares". Não tem o brilhantismo de "As Horas", nem a violência de emoções de "Uma Casa no Fim do Mundo", todavia gostei da engenhosa omnipresença de Whitman nas suas três partes e a fragilidade da natureza humana como parte indissociável de um todo, em especial a 2.ª.
Um abraço