quinta-feira, 27 de abril de 2006

Everyman

«Around the grave in the rundown cemetery were a few of his former advertising colleagues from New York, who recalled his energy and originality and told his daughter, Nancy, what a pleasure it had been to work with him.»

Assim começa o novo romance do escritor norte-americano Philip Roth, Everyman (2006).
O livro será lançado nos Estados Unidos no próximo dia 6 de Maio.
Depois da publicação da sua obra-prima «A conspiração contra a América», Roth conta a história de um velho amargo, angustiado, decrépito, incapaz de enfrentar as inexoráveis marcas do envelhecimento, num romance relativamente curto, circunscreve-se a menos de 200 páginas.
O romance inicia-se com a morte do protagonista, de quem o nome nunca é revelado no decurso da narrativa, desenvolvendo-se com as dolorosas rememorações de uma vida, dominada por sentimentos contraditórios, onde o medo da morte se vai materializando num crescendo que roça a simples paranóia, o desconforto e a desconfiança perante os outros que lhe são próximos. Trata-se, pois, da narração da eterna angústia do envelhecimento, processo que o próprio septuagenário Roth (73 anos) enfrenta, sem hipótese de remissão.
Para saber mais, leia-se a curta recensão de Michiko Kakutani publicada hoje (26 de Abril) no The New York Times.
Em breve este livro incorporará a secção deste blogue dedicado ao Ritmo Editorial Português.

Nota (aparentemente desconexa com o texto acima): David Fincher – o meu realizador de eleição no actual espectro cinematográfico – irá dirigir o filme “Benjamin Button”, baseado no conto homónimo d’O Grande F. Scott Fitzgerald, e que contará, ao que tudo indica, com as participações de Brad Pitt e de Cate Blanchett. O argumento, que estará a cargo de Eric Roth – que escreveu para o grande ecrã argumentos como “O Informador” (original), “Munique”, “O Encantador de Cavalos” ou “Forrest Gump” –, narra a fantástica história de um homem que aos 50 anos se depara com um rocambolesco ponto de inflexão em plena fase de maturidade da sua vida, isto é, quando se preparava para enfrentar a velhice, é acometido de um processo regressivo de rejuvenescimento. O filme estreará apenas em 2007. Logo, resta-me a inevitável paciência.

1 comentário:

Anónimo disse...

Obrigada por esta informação. Gostei imenso de ler o "Plot against America" e estarei atenta para comprar o que mencionas assim que ele sair.