Aviso de Spoiler: o texto que se segue contém referências ao romance de José Rodrigues dos Santos “Codex 632” que poderão ser susceptíveis de prejudicar o correcto desenrolar de uma leitura que se exige surpreendente!
Aviso de utilização abusiva: o título deste texto usou e abusou do título da clássica rubrica das Selecções do Reader’s Digest.
E como diz Carlinhos Brown, só Rio pra não chorar!
Há uns bons minutos que não consigo suster o riso com o fabuloso “Gerador Automático de Grandes Momentos de Literatura Erótica - versão beta” vertido – e acreditem que é a palavra adequada – por Vasco M. Barreto no blogue “A Memória Inventada” – tendo tomado o devido conhecimento no blogue “A Origem das Espécies”.
De facto, recordo-me bastante bem dessa ode à miscigenação sexual luso-escandinava, que me fez soltar a tampa da panela de pressão que tem represado firmemente os meus impulsos freudianos mais ousados e recalcados desde que me conheço. A chupeta!? Nunca mais olharei para os seios da minha mulher sem vislumbrar duas chupetas arrebitadas pedindo-me: mama-me! Ao que me pergunto: Pelo menos serão da Chicco? Estarão devidamente esterilizadas? E depois, cedendo à tirania voluptuosa das mulheres, cumprir a ordem e sentir-me visceralmente culpado e complexado, pela noite dentro, ao sentir o sabor acre do látex incrustado nas minhas papilas gustativas, que nem a pasta medicinal Couto poderá erradicar.
Sobre o romance propriamente dito, muito se poderá dizer, em jeito de crítica, dissecando-o página por página. Contudo, não o irei fazer porque em primeiro lugar estou longe de ser um entendido na matéria, depois porque não me apetece. Chateia-me! Porém, há algo de que não poderia deixar passar em claro. Vejamos:
Aviso de utilização abusiva: o título deste texto usou e abusou do título da clássica rubrica das Selecções do Reader’s Digest.
E como diz Carlinhos Brown, só Rio pra não chorar!
Há uns bons minutos que não consigo suster o riso com o fabuloso “Gerador Automático de Grandes Momentos de Literatura Erótica - versão beta” vertido – e acreditem que é a palavra adequada – por Vasco M. Barreto no blogue “A Memória Inventada” – tendo tomado o devido conhecimento no blogue “A Origem das Espécies”.
De facto, recordo-me bastante bem dessa ode à miscigenação sexual luso-escandinava, que me fez soltar a tampa da panela de pressão que tem represado firmemente os meus impulsos freudianos mais ousados e recalcados desde que me conheço. A chupeta!? Nunca mais olharei para os seios da minha mulher sem vislumbrar duas chupetas arrebitadas pedindo-me: mama-me! Ao que me pergunto: Pelo menos serão da Chicco? Estarão devidamente esterilizadas? E depois, cedendo à tirania voluptuosa das mulheres, cumprir a ordem e sentir-me visceralmente culpado e complexado, pela noite dentro, ao sentir o sabor acre do látex incrustado nas minhas papilas gustativas, que nem a pasta medicinal Couto poderá erradicar.
Sobre o romance propriamente dito, muito se poderá dizer, em jeito de crítica, dissecando-o página por página. Contudo, não o irei fazer porque em primeiro lugar estou longe de ser um entendido na matéria, depois porque não me apetece. Chateia-me! Porém, há algo de que não poderia deixar passar em claro. Vejamos:
- Quando Tomás – note-se Professor de História na Universidade Nova de Lisboa – desencripta uma mensagem codificada que lhe revela: «QUAL O ECO DE FOUCAULT PENDENTE A 545?» (pág. 223, 1.ª edição).
- Para grande estupefacção, o académico não sabe associar as duas palavras fundamentais “Eco” e “Foucault” para uma primeira pista. Mas o paroxismo da iliteracia no mundo do ensino superior – ainda bem que estamos no domínio da ficção! – revela-se quando recorre «ao seu colega do Departamento de Filosofia» (pág. 224) que, tal como Tomás, não descortina a mensagem e condu-lo ao filósofo Michel Foucault – que me perdoem a expressão: que se cague o Eco!
- Só mais tarde Tomás descobre a pólvora (págs. 284-285) quando deambula numa livraria procurando mais livros de Michel Foucault (depois de ter acabado de ler o livro de 1975 “Vigiar e punir”).
Vejamos, agora, algumas passagens:
- «Passou depois à secção de literatura, nem sempre uma das suas paixões, a não ser no que dizia respeito ao romance histórico» (pág. 284);
- «Na estante seguinte o seu olhar prendeu-se num título enigmático sobre uma bela capa, O Deus das Pequenas Coisas, de Arundhati Roy, mas só voltou a sorrir quando viu O Nome da Rosa, de Umberto Eco. Grande Livro, pensou (…) Ao lado do clássico encontrava-se a última obra do mesmo autor O Pêndulo de Foucault» não se tratava de «Michel Foucault, mas antes o físico Léon Foucault» e rematando com «Se bem se lembrava Léon foi o homem que, no século XIX, demonstrou o movimento de rotação da Terra através de um pêndulo» (pág. 285).
Ó Céus! – como costuma exclamar a minha filha de 2 anos quando algo lhe corre mal. Tanta erudição de repente!?
Eco e Foucault? Veneza e Mann? Vinhas e Steinbeck? Versículos e Rushdie? Trilogia e Auster? And so on…
Aviso de conteúdo sexualmente explícito: daqui em diante o autor perdeu por completo a vergonha e entra em devaneios desaforadamente indecorosos.
Ah, se eu tivesse encontrado Isabelle Adjani numa festa particular em 1974 num apartamento em Paris – tendo que acrescentar pelo menos vinte aos meus dois anos de idade! Tê-la-ia convidado para se deslocar à cozinha e fazê-la prometer que quando tivesse um filho me confeccionasse “uma quiche Lorraine com o leite” das suas “mamas”, tendo, por certo, sentido “uma erecção aprumada como um totem a” formar-se-me “nas calças”.
1 comentário:
É a receita do sucesso, meu amigo, é a receita do sucesso! Erudição confunde-se com erecção e o Codex com o látex. Depois, basta misturar as quiches de mamas com um totem devidamente aprumado, junte-se-lhe um par de orelhas famosas e umas quantas sessões de autógrafos à porta da Fnac ou num hipermercado e temos a receita ideal.
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