Este cartoon do jornal desportivo O Jogo poderá bem retratar a discussão metafísica que ontem se desenvolveu na RTP1 no programa "Prós e Contras".
Após o decurso dos primeiros 30 minutos agarrei num livro e emudeci abruptamente o meu televisor dada a anunciação de um estado de enfado, a que se seguiria o de um inevitável enjoo – além de que o meu stock de Primperan havia esgotado.
Discutia-se a mais-valia da assumpção definitiva da condição, colectiva e individual dos portugueses, de saloio – suponho que na minha terra se chama parolo.
A alma portuguesa é saloia! E eu pergunto: o que é a alma? O que é a alma naturalizada de portuguesa? A alma poderá ser colectivizada? A saloiice é uma característica transcendental que jamais poderá ser expurgada?
Gastou-se o latim a discutir a inexorabilidade da incrustação da saloiice na alma portuguesa.
Mas o que na realidade me levou a cortar o som ao televisor, como de um acto reflexo se tratasse, foi a aplicação dos conceitos de gestão estratégica à saloiice – aliás, neste país, ainda não se percebeu muito bem o significado e a utilidade da expressão “estratégia”.
O que foi defendido: devemos aproveitar a nossa vantagem comparativa da saloiice para se poder competir com os outros países, acrescentando-se o nosso estatuto de país periférico.
Após o decurso dos primeiros 30 minutos agarrei num livro e emudeci abruptamente o meu televisor dada a anunciação de um estado de enfado, a que se seguiria o de um inevitável enjoo – além de que o meu stock de Primperan havia esgotado.
Discutia-se a mais-valia da assumpção definitiva da condição, colectiva e individual dos portugueses, de saloio – suponho que na minha terra se chama parolo.
A alma portuguesa é saloia! E eu pergunto: o que é a alma? O que é a alma naturalizada de portuguesa? A alma poderá ser colectivizada? A saloiice é uma característica transcendental que jamais poderá ser expurgada?
Gastou-se o latim a discutir a inexorabilidade da incrustação da saloiice na alma portuguesa.
Mas o que na realidade me levou a cortar o som ao televisor, como de um acto reflexo se tratasse, foi a aplicação dos conceitos de gestão estratégica à saloiice – aliás, neste país, ainda não se percebeu muito bem o significado e a utilidade da expressão “estratégia”.
O que foi defendido: devemos aproveitar a nossa vantagem comparativa da saloiice para se poder competir com os outros países, acrescentando-se o nosso estatuto de país periférico.
Deste modo proponho: acabe-se de imediato com as universidades, com o ensino da ciência, das artes e das letras, com a atribuição dos tradicionais graus académicos e dediquemo-nos à aprendizagem do “Bom Comportamento Saloio” – com vários estágios: saloio-bacharel, saloio-licenciado, saloio-mestre e saloio-doutor. É certo que se tratará de um processo mais ou menos lento; porém dado grau de incrustação da saloiice, prevê-se que daqui a cinco anos já seremos o centro de atracção de todo a Europa – expandindo-se mais tarde para o mundo inteiro – como o maior Jardim Antropológico do planeta. E como o saloio é espertalhaço, a entrada será de borla, mas carregar-se-á no preço dos produtos vendidos e dos serviços prestados – exclusivamente saloios, claro!
1 comentário:
Demoraste 15 minutos. Pois eu fui melhor... lembrei-me logo de plágios, cópias e coisas assim.
Mas o melhor foi quando a rapariga disse que Portugal precisava de um TGV da ou para (?) a "cóltura"!
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