Se considerou como válidas as quatro últimas proposições que, em conjunto, deveriam fazer um bom leitor, então acertou.
Eram óbvias, apesar de, segundo o autor, a maioria dos alunos (ainda não diplomados) se haver inclinado para a identificação emocional (2), para a acção (4) e para a perspectiva socioeconómica ou histórica (3) – sobre esta última Nabokov repreende, com o seu habitual desdém, aqueles que buscam o conhecimento de um local, dos costumes ou de uma época através dos romances; referindo-se, por exemplo, às putativas descrições histórico-etnográficas da Inglaterra rural dos séculos XVIII e XIX nos romances de Jane Austen, quando a autora não saía de casa e apenas conhecia a sala de visitas de um Ministro da Igreja Anglicana. Um romance é um conto de fadas e não um tratado de História ou um compêndio de investigação histórica.
Eram óbvias, apesar de, segundo o autor, a maioria dos alunos (ainda não diplomados) se haver inclinado para a identificação emocional (2), para a acção (4) e para a perspectiva socioeconómica ou histórica (3) – sobre esta última Nabokov repreende, com o seu habitual desdém, aqueles que buscam o conhecimento de um local, dos costumes ou de uma época através dos romances; referindo-se, por exemplo, às putativas descrições histórico-etnográficas da Inglaterra rural dos séculos XVIII e XIX nos romances de Jane Austen, quando a autora não saía de casa e apenas conhecia a sala de visitas de um Ministro da Igreja Anglicana. Um romance é um conto de fadas e não um tratado de História ou um compêndio de investigação histórica.
«(…) o bom leitor é aquele que possui imaginação, memória, um dicionário e algum sentido artístico – sentido esse que me proponho desenvolver em mim e nos outros sempre que tenha a oportunidade de o fazer.»
Vladimir Nabokov, Aulas de Literatura, pág. 27.
[Lisboa: Relógio D’Água, Fevereiro de 2004, 446 pp.; tradução de Salvato Telles de Menezes; obra original: Lectures on Literature, 1980.]
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