Já foi divulgada a data para o anúncio do vencedor do Prémio Nobel da Literatura de 2008. Será no próximo dia 9 de Outubro, quinta-feira, ao meio-dia (hora de Lisboa).
De acordo com a casa de apostas online Ladbrokes, perfilam-se nos primeiros lugares (ordenados pela maior probabilidade de ocorrência) os seguintes candidatos:
1.º) Claudio Magris (Itália, 1939) – 3/1
2.º) Adonis (Síria, 1930; Líbano) – 4/1 (poesia)
3.º) Amos Oz (Israel, 1939) – 5/1
----- Joyce Carol Oates (EUA, 1939) – 5/1
----- Philip Roth (EUA, 1933) – 5/1
6.º) Don DeLillo (EUA, 1936) – 7/1
----- Haruki Murakami (Japão, 1949) – 7/1
----- Les Murray (Austrália, 1938) – 7/1 (poesia)
9.º) Yves Bonnefoy (França, 1923) – 10/1 (poesia e ensaio)
10.º) Inger Christensen (Dinamarca, 1935) – 14/1
----- J.M.G. Le Clézio (França, 1940) – 14/1
----- Michael Ondaatje (Sri Lanka, 1943; Canadá) – 14/1
----- Thomas Pynchon (EUA, 1937) – 14/1
Alguns dos autores mais lidos em Portugal aparecem com as seguintes probabilidades associadas:
- Kadaré / Vargas Llosa – 20/1;
- M. Atwood – 33/1;
- Munro / Tabucchi / C. Fuentes / Kundera / P. Carey / U. Eco – 40/1;
- Achebe / C. McCarthy / McEwan / Updike – 50/1;
- A.S. Byatt / Rushdie – 66/1;
- Doctorow / Banville / J. Barnes / M. Tournier / J. Littell / Auster – 100/1
Até à data do anúncio, irá figurar na coluna do lado direito deste blogue um pequeno inquérito – que, diga-se, dada a sua cada vez mais reduzida audiência, jamais gozará de qualquer tipo de representatividade, a não ser a minha própria –, inquérito que apenas incluirá autores norte-americanos.
Facto: o ano de 1993 foi o último em que a inescrutável Academia Sueca resolveu galardoar com o Nobel da Literatura um autor proveniente dos Estados Unidos da América. O prémio foi atribuído à escritora Toni Morrison.
Quem me lê decerto não estranhará a inclusão deste inquérito assaz selectivo, uma vez que conhece a minha especial predilecção pela literatura norte-americana contemporânea. Assim, na lista sujeita a votação será incluído o quarteto bloomiano (Roth, Pynchon, McCarthy e DeLillo), tal como outros nomes que considero relevantes no actual panorama da literatura norte-americana.
O que não se consegue compreender, para além de um primarismo antiamericano e de um desconhecimento grotesco da literatura da segunda metade do século XX e da contemporânea que se produziu e produz do outro lado do Atlântico, são as declarações de Horace Engdahl secretário permanente da Academia Sueca à Associated Press:
«O Estados Unidos estão bastante isolados, demasiado insulares. Eles não traduzem o suficiente e, na realidade, não participam no grande diálogo da literatura. (…) Essa ignorância é uma condicionante.» [tradução: AMC]
Para parecer um Chávez secundado pela dupla Putin/Medvedev só faltou apelidar a literatura norte-americana e os seus autores de diabo.
3 comentários:
A verdade é esta: não li nenhum. Quer dizer, li uns poemas do Auster. E outros do Adonis. Li um livro de contos do Tabucchi, um romance do Rushdie e o "Possession" da A. S. Byatt. Por mim podem dar o prémio a título póstumo ao Pavese.
Ou ao Mailer, coitado. Tanto viveu e lutou...
Meu palpite vai para Salman Rushdie que até ontem estava em 45º lugar na lista de apostas! Convido você a deixar o seu palpite lá no meu mundo, pois postei um texto muito semelhante.
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