sexta-feira, 30 de junho de 2006

Wright, Hampton & McEwan

Da esquerda para a direita: Joe Wright, Christopher Hampton e Ian McEwan
À primeira vista esta associação de nomes parece retirada de um dos livros do profícuo – e multimilionário – escritor norte-americano John Grisham, retratando as suas poderosas e corruptas sociedades de advogados. Todavia, para o leitor mais atento há aqui nestes três apelidos, pelo menos, uma indelével associação: o realizador, o dramaturgo e argumentista, o escritor e também argumentista.
O que os une?

A sétima arte e Expiação
Joe Wright, jovem britânico de 34 anos – claro que é jovem, ou até uma criança, tem a minha idade! –, realizador da última adaptação cinematográfica do romance de Jane AustenOrgulho e Preconceito”, já se encontra a rodar o filme “Expiação”, baseado na obra-prima do prodigioso escritor inglês Ian McEwan.

O romance
Expiação (Atonement, 2001) é, no meu entender, o melhor romance de McEwan, a par de Amesterdão (Amsterdam, 1998) – não esquecendo que o primeiro foi finalista (shortlist) do Booker Prize de 2001 (vencido por Peter Carey com A Verdadeira Historia do Bando de Ned Kelly) e que o segundo venceu o prestigiado prémio em 1998.

O argumento
A adaptação do romance está a cargo de Christopher Hampton, filho de pais ingleses e acidentalmente nascido há 60 anos nos Açores, é um dos nomes cimeiros da dramaturgia britânica, sendo de sua autoria as peças Dangerous Liaisons (adaptada do romance do escritor francês Choderlos de Laclos, Les liaisons dangereuses) e Tales From Hollywood, mais tarde adaptado para televisão. Traduziu para inglês peças de Tchekhov, Ibsen, Molière, e tem-se destacado pela adaptação cinematográfica de obras de nomes insignes da literatura mundial, como Jane Austen, Graham Greene, Joseph Conrad, Horvath ou Ibsen. Para além da responsabilidade pelo argumento de Ligações Perigosas – com o qual arrecadou, em 1989, o Oscar para o melhor argumento adaptado –, são de destacar outros filmes como Eclipse Total onde se retrata a vida atribulada do jovem poeta francês Arthur Rimbaud e a relação mantida com Paul Verlaine; Carrington, filme realizado pelo próprio Hampton, com Jonathan Pryce e Emma Thompson interpretando o papel da famosa pintora; o fabuloso Mary Reilly com as soberbas interpretações de John Malkovich e Julia Roberts; O Americano Tranquilo de Philip Noyce, com Michael Caine.

O filme
Finalmente, como se aquela tríade não bastasse, façam o favor de atentar nos nomes que integrarão o elenco: Keira Knightley e James McAvoy, interpretando os injustiçados Cecilia e Robbie, respectivamente; Vanessa Redgrave, com o papel da arrependida e objecto da dura expiação Briony, recordando, enquanto narradora, o doloroso passado; Kristin Scott Thomas, e uma das minhas actrizes favoritas, a doce Emily Watson.

Estreia
Segundo o sítio da
IMDB, o filme estreará apenas em 2007.

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