Termina em Portugal a “tetralogia do Coelho” com a publicação do seu último livro. John Updike (1932-2009, morreu a 27 de Janeiro) –, o “colosso” como há pouco tempo o definiu Philip Roth referindo-se ao espanto que sempre lhe provocou Updike não haver recebido o Prémio Nobel –, publicou em 1990 o último livro da tetralogia, sob o título original de Rabbit at Rest. Com ele venceu o Pulitzer em 1991 e o National Book Critics Circle Award em 1990. Em 2001, publica uma novela, “Rabbit Remembered”, inserida na sua colectânea de contos Licks of Love, uma pequena sequela que narra, sem a presença do personagem epónimo Harry “Rabbit” Angstrom, as vidas de alguns personagens que integraram a tetralogia e cujos destinos foram, de certa modo, forjados pelo personagem agora desaparecido, vogando como um espectro de destruição. Pede-se a sua publicação.
Frase de abertura:
Frase de abertura:
«De pé no meio do bronzeado e exaltado gentio pós-natalício do Aeroporto Regional do Sudoeste da Florida, Coelho Angstrom tem a repentina e curiosa sensação de que aquilo com que se foi encontrar, o que flutua no invisível prestes a aterrar, não é o seu filho, Nelson, a nora, Pru, e os dois filhos destes, mas sim uma coisa mais agoirenta e intimamente sua: a sua própria morte, com a silhueta imprecisa de um avião.»
John Updike, Coelho em Paz, p. 9
[Porto: Civilização, Setembro de 2009, 539 pp; tradução de Carmo Romão; obra original: Rabbit at Rest, 1990]