terça-feira, 27 de outubro de 2009

Finalmente!

Quase doze anos após a publicação original do Volume I, e dez do Volume II, chega a Portugal a tradução de uma das mais irrepreensíveis biografias políticas de sempre, que por enquanto é considerada como o relato mais objectivo e inclemente, perante o colaboracionismo cego de um povo, das ascensão e queda de um dos maiores monstros de toda a História: Hitler – Uma Biografia (Publicações Dom Quixote).



Pela pena do par do reino Sir Ian Kershaw (n. 1943), eis a génese maléfica da húbris (1889-1936) e a sublimação da némesis (1936-1945) condensadas num só volume de 968 páginas.
Seguramente, um dos livros do ano, senão mesmo o acontecimento literário do ano em Portugal.

Nota I: (à atenção do Francisco e do Senhor Palomar) a excitação bibliómana jamais prescindiria de tão nobre sinal de pontuação no título, erecto ou aprumado como um fuso, inextricável da gramática portuguesa, como reflexo de um povo de excessos tanto no auto-elogio, como nas manifestações sobre o incontornável fado e de uma inusitadamente baixa auto-estima.

Nota II: resta, agora, a tradução para a nossa língua das obras magistrais sobre o outro lado da contenda, equivalente na monstruosidade: os livros de Robert Conquest (n. 1917) sobre Estaline, os gulags, o Terror Vermelho e as purgas.