sábado, 21 de fevereiro de 2009

Se eu fosse membro da Academia…

…porventura não estaria aqui e agora a escrever em blogues, mas talvez nos Hamptons ou na minha casa de campo em Vermont, de onde teria enviado o meu voto por correio postal.

Regressando à fatal realidade de cinéfilo luso, apenas refiro que das 31 longas-metragens a concurso na 81.ª edição dos Óscares da Academia (excluindo os documentários, mas incluindo os filmes de animação e os de língua estrangeira), tive a feliz oportunidade, através de uma habilidosa engenharia na gestão do tempo disponível, de ver 18 filmes. E ei-los aqui inevitavelmente alinhados (dado o insanável distúrbio da listomania), por ordem de preferência (sem classificação aposta):

  1. O Estranho Caso de Benjamin Button (The Curious Case of Benjamin Button), de David Fincher;
  2. O Casamento de Rachel (Rachel Getting Married), de Jonathan Demme;
  3. Milk, de Gus Van Sant;
  4. Frost/Nixon, de Ron Howard;
  5. A Turma (Entre les murs), de Laurent Cantet;
  6. Vicky Cristina Barcelona, de Woody Allen;
  7. Resistentes (Defiance), de Edward Zwick;
  8. Dúvida (Doubt), de John Patrick Shanley;
  9. A Duquesa (The Duchess), de Saul Dibb;
  10. A Troca (Changeling), de Clint Eastwood;
  11. Em Bruges (In Bruges), de Martin McDonagh;
  12. O Leitor (The Reader), de Stephen Daldry;
  13. Procurado (Wanted), de Timur Bekmambetov;
  14. Revolutionary Road, de Sam Mendes;
  15. O Visitante (The Visitor), de Thomas McCarthy;
  16. Tempestade Tropical (Tropic Thunder), de Ben Stiller;
  17. O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight), de Christopher Nolan;
  18. Quem Quer Ser Bilionário? (Slumdog Millionaire), de Danny Boyle.

Estes 18 filmes permitiram-me dispor de uma perspectiva global sobre a votação em 7 das 20 categorias a concurso: melhores “Actor Secundário”, “Argumento Adaptado”, “Direcção Artística”, “Filme”, “Fotografia”, “Montagem” e “Realizador”.

Todavia, não vi:

  • nenhum dos 3 filmes candidatos a “Melhor Filme de Animação”;
  • 4 dos 5 filmes a concurso na categoria “Melhor Filme em Língua Estrangeira”;
  • 3 dos 5 filmes candidatos a “Melhor Argumento Original”;
  • 2 dos 5 filmes concorrentes na categoria “Melhor Som”;
  • 1 dos 2 filmes com canções candidatas à “Melhor Canção”.

Nas restantes 8 categorias, para além das 7 supramencionadas, permaneceu em todas, com muita pena minha, 1 filme por ver. Em suma, perante os factos atrás referidos formulei as minhas preferências apenas sobre estas 15 categorias, embora tenha a firme certeza de que serão todas, sem excepção, como tiros fora do alvo (o que pode querer significar que na próxima segunda-feira o anúncio da minha inusitada falta de pontaria, venha acompanhada do prometido encerramento temporário e indefinido deste blogue*).

Eis as minhas escolhas, elencadas por ordem alfabética do título das categorias principais, incluindo as de interpretação de papéis secundários (à frente de cada escolha nas categorias em que houve um filme que não passou pelos meus olhos, surge a notação “n.v.”, que significa “não-visto”, seguindo-se o título do respectivo filme):

  • Actor – Sean Penn (Milk) / [n.v. – O Wrestler]
  • Actor Secundário – Heath Ledger (O Cavaleiro das Trevas)
  • Actriz – Anne Hathaway (O Casamento de Rachel) / [n.v. – Frozen River]
  • Actriz Secundária – Taraji P. Henson (O Estranho Caso de Benjamin Button) / [n.v. – O Wrestler]
  • Argumento Adaptado – Eric Roth (O Estranho Caso de Benjamin Button)
  • Filme – O Estranho Caso de Benjamin Button
  • Realizador – David Fincher (O Estranho Caso de Benjamin Button)

Em conclusão, somando estas escolhas com aquelas que, por economia de texto não foram aqui discriminadas, Benjamin Button juntar-se-ia ao trio de filmes recordistas na arrecadação das famosas estatuetas douradas, com 11 Óscares (em relação às 13 nomeações perde o Óscar de “Melhor Actor” para Sean Penn em Milk, de Gus Van Sant, e o de “Melhor Guarda-Roupa” para A Duquesa (The Duchess), de Saul Dibb).

A título informativo, “o trio dos 11” é constituído pelos filmes: Ben-Hur (1959), de William Wyler; Titanic (1997), de James Cameron; e O Senhor dos Anéis: O Regresso do Rei (The Lord of the Rings: The Return of the King, 2003), de Peter Jackson.


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Nota: *Como é óbvio, a materialização do que há muito foi prognosticado, designadamente através da atribuição de outros prémios que já perfazem as seis dezenas, serve apenas de justificação pueril, à laia de cortina de fumo em fase de dissipação, para pôr em ordem determinados assuntos, pessoais e intransmissíveis, cuja actualização constante de um blogue, com derivações twitteiras, põe em causa. Por outro lado, não se tratará, caso o evento despoletador se venha a verificar, de um abandono definitivo, mas de uma pausa para reorganização. Quando a 30 de Abril do ano passado se deu continuidade à actividade na blogosfera, a carga absoluta do título do blogue teve que ver precisamente com imposição de uma medida cautelar que enfrentasse essa inconstância de partidas definitivas e que, num curto espaço de tempo, se transformavam em tímidos ou constrangidos regressos.

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