O jornalista e escritor galego Álvaro Otero (n. 1967) publicou, na segunda-feira passada no seu blogue, um artigo, sob o título “Los negacionistas”, que arrasa com o rumo seguido pela Igreja Católica no actual papado.(na imagem: Campo de Concentração de Auschwitz II – Birkenau. Câmara de gás e crematório II – as fornalhas. Fotografia das SS, 1943.)
Eis as palavras finais do artigo de Otero:
«[…] Para defender a sua tese, este bispo que exerce em La Reja, próximo de Buenos Aires, onde costuma sair para fazer footing em sotaina, apoia-se em tais considerações sobre o gás cianeto, sobre a altura das chaminés dos crematórios, sobre o desenho de Auschwitz, que quando alguém as lê se interroga sobre o que é mais delirante, se o facto de que este personagem seja bispo ou que, para continuar a sê-lo, o Vaticano lhe tenha pedido uma retractação, ou seja, que minta sobre a suas verdadeiras convicções. Nada de novo, enfim, na gestão romana da vinha do senhor. Boffs* expulsos, pederastas perdoados, negacionistas de mitra e bordão apregoando as suas sandices a partir do púlpito. Para aqueles que acreditam, um desgraçado e secular soma e segue.» [tradução: AMC; destaque e nota explicativa que se segue de minha autoria.]
Nota: *referência a Leonardo Boff, teólogo, filósofo, escritor e professor universitário brasileiro (em universidade brasileiras e no estrangeiro como visitante das universidades de Lisboa, Harvard, Heidelberg, Salamanca e Basileia), figura eminente da Teoria da Libertação na América Latina. Boff foi silenciado nos anos 80 do século passado por Joseph Ratzinger (hoje Papa Bento XVI), quando este dirigia a Congregação para a Doutrina da Fé (a antiga Inquisição) da Cúria Romana. Perseguido pelo Vaticano nos anos subsequentes, abandonou o sacerdócio, dedicando-se em exclusivo ao ensino e à divulgação das suas ideias, apodadas de marxistas e subversivas pela Igreja de Roma.
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