segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

A Queda


Para o futuro ficou uma das piores sessões de entrega dos Óscares de que tenho memória – e já são pelo menos umas vinte as que constam da minha memória cinéfila –, não só pelo espectáculo carnavalesco preparado pela organização (caiu-lhe bem a proximidade da data), mas sobretudo pela qualidade dos vencedores nas categorias principais, com a excepção do portentoso e admirável Sean Penn.
Será assim com a 91.ª edição a realizar-se em 2019?

[Lembro-me bem da 71.ª, realizada em Março de 1999 (referente aos filmes produzidos no ano de 1998): foi de uma mediocridade descoroçoante.]

Parece-me que sim e para bem pior. O triunfo do cinelixo e da cultura pop mais exacerbada pelos reality shows e o telelixo, como ficou ontem demonstrado em pleno Kodak Theatre, não augura nada de bom.
Como disse hoje à hora de almoço um ufano e sobranceiro crítico britânico na Sky News (ao estilo Brits won back America), cujo nome se me escapa neste momento, chegou a hora de demonstrar a qualidade do cinema britânico nos Estados Unidos, e de fazer ver aos americanos que filmes provenientes de grandes estúdios, longos, túrgidos e aborrecidos como Benjamin Button jamais triunfarão no futuro (foram mais ou menos estas as palavras, cito de memória).
Assim seja: Viva à era do Cinema Light – por esta altura, MRP® já deve estar a estudar a possibilidade de expandir a seu negócio rumo à 7.ª arte. Talvez uma joint-venture Pinto, Valente, Salgado & Associados (firma assaz sugestiva), substituindo as Panavision (digitais ou em filme) pelas mais pop e fashion Nokia, Motorola ou Sony-Ericsson na sua extensa gama com telemóvel incorporado.