domingo, 22 de fevereiro de 2009

...mas ficará para a História


«A iminência da tempestade é um mecanismo supérfluo e excessivamente portentoso, uma vez que o Katrina traz à memória precisamente as duras misérias da vida real que o filme, no alcance do seu poder, fez tudo para evitar.
Esse poder, contudo, é algo que deve ser tomado em conta, e consiste no talento de Fincher em usar a sua admirável aptidão para transformar um inconcebível e rebuscado conceito numa história de amor plausível. O romance entre Daisy e Benjamin começa quando ambos são cronologicamente pré-adolescentes e Benjamin é, fisicamente, um velho estranho, no entanto o elemento inicial de uma atmosfera perturbadora pedófila na relação dá lugar a outras formas de embaraço. O amor de ambos é incomparavelmente perfeito e paciente. Em simultâneo, como qualquer outro amor – como qualquer filme – é ensombrado pelo desapontamento e destinado ao fim. No caso de “Benjamin Button” tive pena quando acabou e feliz por o haver presenciado.
»
A.O. Scott, It’s the Age of a Child Who Grows From a Man, in The New York Times (25/12/2008) [tradução: AMC]


«Algumas pessoas nascem para se sentarem à beira do rio.
Algumas são atingidas por raios.
Algumas têm ouvido para a música.
Algumas são artistas.
Algumas nadam.
Algumas percebem de botões.
Algumas conhecem Shakespeare.
Algumas... são mães.
E algumas pessoas... dançam.
»
Eric Roth, The Curious Case of Benjamin Button [retirado do guião; tradução AMC]

Prognosticando a derrota nos tais prémios de hoje à noite, talvez não importe nada. Fincher, assim a vida o permita, prosseguirá com o seu dom natural, criador de ilusões, a sua carreira no meu Olimpo cinematográfico.

Sem mais comentários.

Sem comentários: