domingo, 8 de fevereiro de 2009

Ferocidade surrealista

«Pensemos em que os mais vis comediantes deste tempo tiveram Anatole France por compadre e não lhes perdoemos nunca haver enfeitado com as cores da Revolução a sua inércia sorridente. Que lhe metam o cadáver numa dessas caixas dos cais, previamente esvaziada dos velhos livros “que ele tanto amava”, e se lance tudo ao Sena. Não se deve deixar que este homem, depois de morto, ainda faça poeira…»*
André Breton, Entrevistas, p. 95
(Lisboa: Salamandra, 1994, 306 pp.; tradução de Ernesto Sampaio; obra original: Entretiens avec André Parinaud, 1952.)
*citação retirada de “Un Cadavre” inserida na obra do autor Point du jour, de 1934, e reproduzida nesta colectânea de entrevistas.

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