A propósito de um texto que estou a escrever sobre um livro que acabei de ler (e que mais tarde, ou mais cedo, irá aqui ser objecto de publicação), onde me detinha sob considerandos formais da edição e da composição gráfica do exemplar estrangeiro para a nossa língua, relembrando aquilo que aqui foi dito sobre a publicação de um conto de Henry James, não consigo entender, a decisão dos editores da Relógio D’Água (e não se trata, de forma alguma, de uma embirração, ao invés, aqueles que me lêem até já conhecem a estima que tenho pela editora de Francisco Vale, propalada sempre que reputo essa referência de excelência como de menção oportuna) para a composição gráfica e tipográfica adoptada na reedição da obra introspectiva de Virginia Woolf, Rumo ao Farol. O tamanho da letra, o espaçamento entre linhas (perfazendo 175 páginas, excluindo o índice final, e dimensões de 23 x 15 x 1,5 cm, por um preço de venda ao público de 18 euros) não diferem muito da versão de bolso que continua a ser vendida pela Europa-América (180 páginas e dimensões de 17,5 x 11,5 x 1,3 cm, por apenas 6,49 euros).
Encontrando-me neste momento numa fase de releitura do referido romance de Woolf (o primeiro confronto com a obra deu-se precisamente através do livro de bolso supramencionado) e atendendo às condições climáticas dos dias que vão correndo, cada página lida contribui para o adensar de uma lenta e ruminante dor de cabeça, que a perseverante canícula nocturna agrava. Em suma, disparidades quase incompreensíveis, tão habituais no meio editorial nacional. E, neste caso em concreto, qual é o seu motivo?
Encontrando-me neste momento numa fase de releitura do referido romance de Woolf (o primeiro confronto com a obra deu-se precisamente através do livro de bolso supramencionado) e atendendo às condições climáticas dos dias que vão correndo, cada página lida contribui para o adensar de uma lenta e ruminante dor de cabeça, que a perseverante canícula nocturna agrava. Em suma, disparidades quase incompreensíveis, tão habituais no meio editorial nacional. E, neste caso em concreto, qual é o seu motivo?
- Será dos direitos de autor? Da tradução a cargo de Mário Cláudio que já constava da 1.ª edição de 1985 das Edições Afrontamento (Porto)? Dos direitos a pagar a esta última?
- Justificará a discrepância entre os 345 cm2 e os 201,25 cm2 (e respectivas qualidade e gramagens do papel) a diferença de 11,51 euros, com um número sensivelmente igual de páginas impressas?
No meu entender de leitor exigente, considero que, uma vez mais, se perdeu a oportunidade de se fazer uma edição portuguesa digna da imensidão literária da obra. É, sem sombra de sarcasmo, uma pena.
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