Ontem, os críticos de cinema do jornal londrino The Times publicaram uma lista ordenada de 20 filmes cujos finais (surpreendentes, aterradores, melodramáticos, etc.) marcaram a história do cinema mundial.
Uma vez mais, poder-se-ia dissertar sobre a discutibilidade da lista, sobre alguns esquecimentos ou sobre outros que estranha e imerecidamente figuram entre as duas dezenas de títulos citados. Todavia, as listas não são um fim em si mesmo, ao invés procuram precisamente gerar a discussão e fomentar a tertúlia – assuma ela as formas que assumir, via blogosfera, jornais, em cafés, esplanadas, à bomba, fazendo despoletar uma guerra civil ou, quiçá, até um conflito mundial nuclear… o fim.
Poderia aqui discutir a não inclusão do filme Zona de perigo (The Dead Zone, 1983) de David Cronenberg, ou de A Mulher que Viveu Duas Vezes (Vertigo, 1958) do mestre Alfred Hitchcock; ou até dos recentes Entre Inimigos (The Departed, 2006) de Martin Scorsese ou de Match Point (2005) de Woody Allen; e muitos outros juntar-se-iam à lista, saindo, sem arrependimento, outros tantos. Porém, é disto que um listómano gosta, a discussão encarniçada pelo objecto estruturado de forma quase obsessivo-compulsiva, e disposto a morrer por ele… o objecto, a lista.
Bom, antes que um habitual e felizmente transitório estado de loucura se apodere de mim, eis a lista elaborada pelos críticos do Times londrino (com as respectivas explicações da escolha no texto original mencionado):
- Carrie, de Brian de Palma (1976)
- Dois Homens e um Destino, de George Roy Hill (Butch Cassidy and the Sundance Kid, 1969)
- Casablanca, de Michael Curtiz (1942)
- E.T. o Extra-Terrestre, de Steven Spielberg (E.T.: The Extra-Terrestrial, 1982);
- Chinatown, de Roman Polanski (1974)
- Boneca de Luxo, de Blake Edwards (Breakfast at Tiffany’s, 1961)
- Quanto mais quente melhor, de Billy Wilder (Some Like It Hot, 1959)
- Um Golpe em Itália, de Peter Collinson (The Italian Job, 1969)
- Os Suspeitos do Costume, de Bryan Singer (The Usual Suspects, 1995)
- O Sexto Sentido, de M. Night Shyamalan, (The Sixth Sense, 1999)
- Thelma e Louise, de Ridley Scott (Thelma & Louise, 1991)
- O Feiticeiro de Oz, de Victor Fleming (The Wizard of Oz, 1939)
- As Diabólicas, de Henri-Georges Clouzot (Les Diaboliques, 1955)
- Dr. Estranho Amor, de Stanley Kubrick (Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb, 1964)
- E Tudo o Vento Levou, de Victor Fleming (Gone With the Wind, 1939)
- Os Condenados Shawshank, de Frank Darabont (The Shawshank Redemption, 1994)
- O Planeta dos Macacos, de Franklin J. Schaffner (Planet of the Apes, 1968)
- Memento, de Christopher Nolan (2000)
- O Projecto Blair Witch, de Daniel Myrick e Eduardo Sanchez (The Blair Witch Project, 1999)
- Sete Pecados Mortais, de David Fincher (Se7en, 1995)
Nota: tenho de confessar que o 1.º lugar de Carrie assenta-lhe bem. Ainda me recordo do salto que literalmente dei da minha cadeira situada no meio da plateia do Carlos Alberto (antes da remodelação), quando, há mais de 20 anos, o Fantasporto decidiu fazer uma reposição do filme de Brian De Palma. Para meu grande alívio, não fui o único...
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