Só hoje tive a oportunidade de ler o artigo «Um mundo perfeito» escrito por Francisco José Viegas e publicado na edição de ontem do Jornal de Notícias, reproduzido no seu blogue e aqui.
FJV escreve um artigo magistral e carregado de uma fina ironia perante a constatação da uniformização dos costumes no denominado espaço único europeu. Em concreto, não se trata de um processo simbiótico mas de uma assimilação cultural. Estranhamente, esse processo de aculturação é encetado pelo aculturado – o agente passivo – ao invés do que seria natural. Neste caso o aculturante nem sequer desempenha o papel de observador nesse procedimento, porque não o impôs e tão-pouco nele interveio sob qualquer pretexto ou a algum título.
Este acto, de puro auto-enxovalho cultural, traduz o mimetismo balofo da actual classe política europeia, já de si desprovida de qualquer ideologia, de convicções políticas e do grau mínimo de sensibilidade e de sensatez na interpretação dos sinais emanados por um todo heterogéneo que se homogeneíza num determinado padrão a que convencionámos chamar Cultura. Somos governados por néscios com a agravante de nos quererem formatar de acordo com o seu grau de mediocridade e de ignorância.
Vénia ao Aldous Huxley e ao seu Admirável Mundo Novo (Brave New World, 1932)!
Pressinto que caminhamos a passos largos para um mundo de novos lugares, actividades e ocupações globalizantes, com salas de predestinação social e de condicionamento neo-pavloviano, exibições de cinema perceptível, engenheiros da emoção, de minuciosa catalogação da espécie humana preestabelecida à nascença, num espectro de mais e menos: alfas, betas, gamas, deltas e epsilones… e Soma, muita Soma!
Regressando ao mundo nos nossos dias, só discordo de FJV na adenda introduzida no texto republicado no seu blogue, quando refere que «Estamos muito desatentos, estamos»! Modéstia à parte, a 29 de Dezembro do ano passado já aqui havia lançado o alerta para essa repugnante realidade, que corre o sério risco de um contágio irreversível.
Começou com as colheres de pau, jaquinzinhos e galheteiros… e terminaremos de cabelo pintado de louro, a falar esperanto e a copularmos como máquinas reprodutivas… ou até nem isso!
FJV escreve um artigo magistral e carregado de uma fina ironia perante a constatação da uniformização dos costumes no denominado espaço único europeu. Em concreto, não se trata de um processo simbiótico mas de uma assimilação cultural. Estranhamente, esse processo de aculturação é encetado pelo aculturado – o agente passivo – ao invés do que seria natural. Neste caso o aculturante nem sequer desempenha o papel de observador nesse procedimento, porque não o impôs e tão-pouco nele interveio sob qualquer pretexto ou a algum título.
Este acto, de puro auto-enxovalho cultural, traduz o mimetismo balofo da actual classe política europeia, já de si desprovida de qualquer ideologia, de convicções políticas e do grau mínimo de sensibilidade e de sensatez na interpretação dos sinais emanados por um todo heterogéneo que se homogeneíza num determinado padrão a que convencionámos chamar Cultura. Somos governados por néscios com a agravante de nos quererem formatar de acordo com o seu grau de mediocridade e de ignorância.
Vénia ao Aldous Huxley e ao seu Admirável Mundo Novo (Brave New World, 1932)!
Pressinto que caminhamos a passos largos para um mundo de novos lugares, actividades e ocupações globalizantes, com salas de predestinação social e de condicionamento neo-pavloviano, exibições de cinema perceptível, engenheiros da emoção, de minuciosa catalogação da espécie humana preestabelecida à nascença, num espectro de mais e menos: alfas, betas, gamas, deltas e epsilones… e Soma, muita Soma!
Regressando ao mundo nos nossos dias, só discordo de FJV na adenda introduzida no texto republicado no seu blogue, quando refere que «Estamos muito desatentos, estamos»! Modéstia à parte, a 29 de Dezembro do ano passado já aqui havia lançado o alerta para essa repugnante realidade, que corre o sério risco de um contágio irreversível.
Começou com as colheres de pau, jaquinzinhos e galheteiros… e terminaremos de cabelo pintado de louro, a falar esperanto e a copularmos como máquinas reprodutivas… ou até nem isso!
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