Assim se vão completando as habituais listas de preferências no final do ano. Da minha parte, trata-se apenas de uma mera manifestação de deslumbramento que determinadas peças pertencentes ao que convencionamos chamar Arte me provocaram.
Longe de um pretensiosismo director, uma vez que não me é reconhecida autoridade e nem a pretendo obter para ditar o que os outros devem ver e ouvir, demonstro apenas algumas das pequenas coisas que, durante um ano, contribuíram para afastar de mim os fantasmas que insistem em vaguear cobiçosos em redor do meu pequeno mundo.
É a escrever para o blogue, a ler o que os outros escrevem e idealizam que me desvio da indelével descrença na dita humanidade, do seu desconserto, das suas iniquidades, desvarios e perversidades.
Sei o que pensam muitos dos que lêem estas palavras: presunção, beatismo e/ou tontice. Todavia, não me interpretem mal, eu não quero ser bonzinho e nem disponho de habilidade para apregoar a bondade ou a paz entre os homens, e muito menos arvorando-me como exemplo a seguir para alcançar esses estados ideais e etéreos. Infelizmente, a puta da vida já me ensinou muito, já me deu a ver as formas com que se pode travestir a pura maldade humana. E se vos desejo um excelente ano de 2007, meus caros cinquenta leitores, podem crer que é essa a esperança que me guia e me mantém firmemente agarrado ao tal mundo sem remendo.
Um bom ano de 2007!
E agora para algo completamente diferente – quiçá nunca visto –, aqui fica a lista dos 10 melhores filmes estreados em Portugal no ano de 2006, ordenados apenas por gosto pessoal:
- Match Point, de Woody Allen (Match Point, 2005)
- Infiltrado, de Spike Lee (Inside Man, 2006)
- Uma História de Violência, de David Cronenberg (A History of Violence, 2005)
- A Lula e a Baleia, de Noah Baumbach (The Squid and the Whale, 2005)
- O Tempo que Resta, de François Ozon (Le temps qui reste, 2005)
- Transamerica, de Duncan Tucker (Transamerica, 2005)
- Terra Fria, de Niki Caro (North Country, 2005)
- Munique, de Steven Spielberg (Munich, 2005)
- Breakfast on Pluto, de Neil Jordan (Breakfast on Pluto, 2005)
- A Dália Negra, de Brian De Palma (The Black Dahlia, 2006)
É de salientar que, de acordo com o que aqui referi, 2006 foi dos anos, desde a minha puberdade, em que menos vezes me desloquei ao cinema ou então a um clube de vídeo. Por isso, consigo elaborar uma lista de 13 filmes ainda não vistos que, eventualmente, a avaliar pela opinião de pessoas que muito considero e pelos meus gostos cinematográficos, poderiam alterar a configuração e a ordenação da lista final atrás referida. Eis alguns exemplos (ordenação alfabética pelo título):
- A Condessa Russa, de James Ivory (The White Countess, 2005)
- A Senhora da Água, de M. Night Shyamalan (Lady in the Water, 2006)
- Babel, de Alejandro González Iñárritu (Babel, 2006)
- Brisa de Mudança, de Ken Loach (The Wind That Shakes the Barley, 2006)
- Eu, Tu e Todos os que Conhecemos, de Miranda July, (Me and You and Everyone We Know, 2005)
- Marie Antoinette, de Sofia Coppola (Marie Antoinette, 2006)
- Miami Vice, de Michael Mann (Miami Vice, 2006)
- O Novo Mundo, de Terrence Malick (The New World, 2005)
- The Departed: Entre Inimigos, de Martin Scorsese (The Departed, 2006)
- Uma Família à Beira de um Ataque de Nervos, de Jonathan Dayton e Valerie Faris (Little Miss Sunshine, 2006)
- Voltar, de Pedro Almodóvar (Volver, 2006)
- Wassup Rockers - Desafios da Rua, de Larry Clark (Wassup Rockers, 2005)
- World Trade Center, de Oliver Stone (World Trade Center, 2006)