quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Aquele que é procurado!?

Apelando ao semiólogos deste país, pergunto: será que Procurador poderá ser considerado como aquele que é procurado?
Nas últimas semanas tem sido um frenesim, a roçar as raias da mais radicada histeria, lá para os lados da Procuradoria (ufa, até rimou!).
Pinto Monteiro recebe dirigentes de futebol, presidentes de conselhos de administração de grupos financeiros e, mais recentemente (ontem), o grupo parlamentar do Partido Social Democrata.
Pinto Monteiro pôs-se a jeito. No seu discurso de posse elegeu o combate à corrupção, que grassa pujantemente no país da impunidade, como principal objectivo da sua magistratura.
As últimas diligências junto da Procuradoria fazem-me lembrar, ad nauseam, a velha e anacrónica anedota do alentejano que, sem as qualificações mínimas exigidas, se apresenta a uma entrevista de emprego e que perante a questão final do entrevistador, feita em total desespero, “então, se não sabe fazer nada, o que o trouxe aqui?”, responde: “Atão, era só para dizer para não contarem comigo” (resposta alternativa e altamente snob: o meu motorista no Jaguar da empresa...)
O que é que tanto preocupa aquela gente nessas deslocações?
Se se trata de um simples apelo para uma maior dotação orçamental para o DIAP e a PJ, qual a razão para tanto alarde e espavento comitivista? Não bastaria a A. R.?
Depois, poderei eu, na minha qualidade de cidadão comum – novamente com blogue, note-se –, pedir uma audiência privada ao Excelentíssimo Sr. Procurador-Geral da República com a finalidade de sancionar os progressos do Ministério Público e da polícia de investigação criminal no combate à corrupção e ao crime económico e financeiro?

Delírios sobre a possível entrevista (obviamente que se exagerou no argumentário, apenas para efeitos dramáticos e puramente ficcionais):

Eu: Nando, folgo em ver-te! Estás mais forte! Eh pá, o cargo de Procurador-Geral faz-te bem à saúde...!
Nando P. M.: Já vi que não perdeste esse teu humor escarninho! Então, o que te traz aqui a esta humilde casa?
Eu: É p’ra dizer que te am… [merda, essa é a Manuela Azevedo!] É só para te dizer que apoio essa tua pertinácia no combate à corrupção!
Nando P. M.: Foda-se… [ligeiro embaraço apontando para os microfones que ainda se encontram escondidos desde os tempos imemoriais de Cunha Rodrigues] Caramba, é só isso!?
Eu: Não! Vê lá se dás mais uns trocos à Judite… Os gajos estão a precisar, pá!
Nando P. M.: Pois! E…?
Eu: Meu espertalhão! Topaste-me logo!
Nando P. M.: Julgavas-me Burro! [risinhos pudicos]
Eu: Eh pá, é que há um processo…


Sic transit gloria mundi!

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