Harry Markovitz, pai da teoria da gestão de carteiras de títulos e laureado com o Prémio Nobel da Economia em 1990, entra na campanha eleitoral para a Presidência da República Portuguesa. Decorridos cinquenta e três anos desde a publicação do seu famoso artigo “Portfolio Selection” no
Journal of Finance, Markovitz renasce num working paper, ainda em versão provisória, denominado por “A Selection of a Portfolio of Presidents: An Empirical Evidence”.
Eis parte do resumo:
«
O processo de selecção de uma carteira de candidatos a Presidente pode ser dividida em duas fases distintas. A primeira inicia-se com a observação e a experiência e termina com a convicção acerca da performance futura dos Presidentes candidatos. A segunda fase começa com a assumpção das convicções mais sólidas acerca da performance futura e termina com a escolha da carteira.»
No nosso entender, configura uma tentativa de contra-resposta à última iniciativa da empresa de beneficência Betandwin que «
faz negócio com eleições na Internet». Assim, esta teoria passa a contemplar duas situações fundamentais para a humanização do investimento:
1. Um candidato a Presidente é uma combinação de activos transaccionáveis;
2. Diversificação do risco, e possível arbitragem, através das expectativas de rendimento futuro.
Logo, na
nossa opinião – saliente-se este facto – uma
carteira equilibrada seria composta por 3/5 de activos com “Beta” superior a 1, e 2/5 por activos pouco arriscados – as âncoras – isto é, com um “beta” inferior a 1 (nota-se que o coeficiente “beta” não mede o grau de frequência de um indivíduo nas festas da moda ou VIP na noite lisboeta):
a) Activos com Beta>1:
- 1/5 de pragmatismo economicista de
Cavaco – é um activo bastante arriscado porque põe seriamente em causa o funcionamento do “regímen” democrático português e as conquistas de Abril.
- 1/5 do lirismo de
Alegre – também incluído nesta secção uma vez que não se lhe conhecem os verdadeiros objectivos e, regularmente, trova “ao vento que passa”, que como sabemos é um forte indício de volatilidade, vejam-se as últimas catástrofes;
- 1/5 de devaneio anárquico de
Louçã – arriscado porque a tendência para a liberalização de substâncias que causam estupefacção – passe o eufemismo –, aliada ao “tudo ao monte e fé em Deus” nas conservatórias do registo civil e à proibição do uso de “picaretas para montanhismo”, contribuiria, com uma forte probabilidade, para a rápida perda da identidade nacional.
b) Activos com Beta<1- 1/5 de medo dos papões da direita de
Jerónimo – considerado como um activo quase sem risco, uma vez que estagnou em 9 de Novembro de 1989. Tudo começou em Berlim…
- 1/5 de experiência e de cultura, de prática presidencial e de erudição, de traquejo de reuniões em Belém e de sapiência, de forte tarimba como chefe de Estado e de desenvolvimento intelectual de….
SOARES – risco nulo dada a tendência natural para o estado de letargia em público, embora só se vá manifestar, com alguma probabilidade, a partir de 22 de Fevereiro do próximo ano. Aqui há que acrescentar as vantagens de se considerar na escala das artes e ofícios “acima de Cadilhe” – logo acima de razoável – e de ser um profundo conhecedor dos meandros dos Conselhos Europeus, tendo vários amigos conselheiros e que, em simultâneo, acumulam a qualidade de prestáveis genuflectores, em confidência, perante tanta eminência.
Vá lá, não caias no conto do vigário, aposta diversificando!
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