Alertado por este texto de Eduardo Pitta, no seu blogue Da Literatura, sobre as supostamente profícuas leituras de Verão dos portugueses açuladas pelo semanário Expresso (sem ligação disponível), cinquenta cêntimos do meu modesto pecúlio foram descontados do meu cartão pré-pago – Balsemão, meu caro, é favor agradecer ao Eduardo.
Tal como fez o Eduardo, centrar-me-ei nos 25 livros de ficção recomendados.
Assim, das 25 obras apenas li três, a saber:
Aquilo Que Eu Amava, de Siri Hustvedt (Asa, 2005); Os Contos de Clerkenwell, de Peter Ackroyd (Teorema, 2006); Medeia, de Eurípedes, recriação poética da tragédia de Eurípides por Sophia de Mello Breyner Andresen (Caminho, 2006).
Na calha, para próximas leituras, já se encontram cinco livros – uns há mais tempo que outros: Novelas e Textos para Nada, de Samuel Beckett (Assírio & Alvim, 2006); Um bom homem é difícil de encontrar, de Flannery O’Connor (Cavalo de Ferro, 2006); Gastar Palavras, de Paulo Kellermen (Deriva, 2005); Mandrake – A Bíblia e a bengala, de Rubem Fonseca (Campo das Letras, 2006), sempre recomendado por O Sniper; Contos Sublimes, de Hermann Hesse (Difel, 2006).
Os restantes dezassete ou não faço tenções de os ler ou ficarão para os anos vindouros, que isto da literatura exige o estabelecimento de critérios e de prioridades, sob pena de embotar a minha, já de si, frágil visão e de não fazer outra coisa na vida, ou seja, trabalhar... para os poder comprar e não só.
No que diz respeito à lista, para ser sincero, não encontro um forte nexo de causalidade entre os elementos que a compõem. À excepção da grande representatividade dos livros de contos – que porventura se enquadrarão bem nesta época estival, dado o desprendimento intelectual característico das férias que não se coaduna com narrativas extensas, densas e de cuidada digestão –, a listagem é uma verdadeira babilónia desligada – porque até em determinadas babilónias poder-se-á encontrar uma ordem moldada por um fio condutor laboriosamente tecido pelo nosso intrincado cérebro.
O livro de Siri Hustvedt, mulher de Paul Auster – desse título jamais se livrará, a não ser que apense um “ex” – é um romance de excepção, não tenho qualquer tipo de pejo em afirmá-lo. Foi publicado nos Estados Unidos em Março de 2003 e em Portugal em Outubro de 2005 – ver aqui a minha análise de leigo em Março deste ano.
Os Contos Clerkenwell, de Peter Ackroyd, baseiam-se nos famosos Contos da Cantuária, escritos por Geoffrey Chaucer no século XIV, que tal como o original de Chaucer utiliza um manancial de personagens – um conto por personagem –, com uma trama de base que os une. É um livro interessante, porém duvido que se torne numa leitura prazenteira ou que faça as delícias dos letrados veraneantes.
No que diz respeito a Medeia de Eurípedes, nada melhor que aqui reproduzir as palavras de Eduardo Pitta: «A lista do Expresso é eloquente a vários títulos. Tão eloquente que até recomenda a Medeia de Eurípides».
Depois, tal como o Eduardo Pitta refere, há omissões imperdoáveis relativamente a livros editados em Portugal entre Julho de 2005 e Julho de 2006 (alargo o leque), muitos deles já aqui referidos.
Para uma lista de livros que não exibe um critério forte e consistente na sua selecção, não se compreende que certos títulos não hajam sido incluídos, vencedores de prémios literários em diversos países – que, pelo menos, se seguisse um critério de excelência aliado à notoriedade.
Refiro aqui 23 livros que li (onde já incluo o de Siri Hustvedt), apenas na categoria de ficção, editados no último ano (de Julho/05 a Julho/06) e que considero de leitura imprescindível, quer seja no Verão à sombra da bananeira, ou no Inverno devorando-os ao borralho, porque na literatura só há um critério que, na realidade, me interessa, a qualidade. Por ordem alfabética do título, temos:
Tal como fez o Eduardo, centrar-me-ei nos 25 livros de ficção recomendados.
Assim, das 25 obras apenas li três, a saber:
Aquilo Que Eu Amava, de Siri Hustvedt (Asa, 2005); Os Contos de Clerkenwell, de Peter Ackroyd (Teorema, 2006); Medeia, de Eurípedes, recriação poética da tragédia de Eurípides por Sophia de Mello Breyner Andresen (Caminho, 2006).
Na calha, para próximas leituras, já se encontram cinco livros – uns há mais tempo que outros: Novelas e Textos para Nada, de Samuel Beckett (Assírio & Alvim, 2006); Um bom homem é difícil de encontrar, de Flannery O’Connor (Cavalo de Ferro, 2006); Gastar Palavras, de Paulo Kellermen (Deriva, 2005); Mandrake – A Bíblia e a bengala, de Rubem Fonseca (Campo das Letras, 2006), sempre recomendado por O Sniper; Contos Sublimes, de Hermann Hesse (Difel, 2006).
Os restantes dezassete ou não faço tenções de os ler ou ficarão para os anos vindouros, que isto da literatura exige o estabelecimento de critérios e de prioridades, sob pena de embotar a minha, já de si, frágil visão e de não fazer outra coisa na vida, ou seja, trabalhar... para os poder comprar e não só.
No que diz respeito à lista, para ser sincero, não encontro um forte nexo de causalidade entre os elementos que a compõem. À excepção da grande representatividade dos livros de contos – que porventura se enquadrarão bem nesta época estival, dado o desprendimento intelectual característico das férias que não se coaduna com narrativas extensas, densas e de cuidada digestão –, a listagem é uma verdadeira babilónia desligada – porque até em determinadas babilónias poder-se-á encontrar uma ordem moldada por um fio condutor laboriosamente tecido pelo nosso intrincado cérebro.
O livro de Siri Hustvedt, mulher de Paul Auster – desse título jamais se livrará, a não ser que apense um “ex” – é um romance de excepção, não tenho qualquer tipo de pejo em afirmá-lo. Foi publicado nos Estados Unidos em Março de 2003 e em Portugal em Outubro de 2005 – ver aqui a minha análise de leigo em Março deste ano.
Os Contos Clerkenwell, de Peter Ackroyd, baseiam-se nos famosos Contos da Cantuária, escritos por Geoffrey Chaucer no século XIV, que tal como o original de Chaucer utiliza um manancial de personagens – um conto por personagem –, com uma trama de base que os une. É um livro interessante, porém duvido que se torne numa leitura prazenteira ou que faça as delícias dos letrados veraneantes.
No que diz respeito a Medeia de Eurípedes, nada melhor que aqui reproduzir as palavras de Eduardo Pitta: «A lista do Expresso é eloquente a vários títulos. Tão eloquente que até recomenda a Medeia de Eurípides».
Depois, tal como o Eduardo Pitta refere, há omissões imperdoáveis relativamente a livros editados em Portugal entre Julho de 2005 e Julho de 2006 (alargo o leque), muitos deles já aqui referidos.
Para uma lista de livros que não exibe um critério forte e consistente na sua selecção, não se compreende que certos títulos não hajam sido incluídos, vencedores de prémios literários em diversos países – que, pelo menos, se seguisse um critério de excelência aliado à notoriedade.
Refiro aqui 23 livros que li (onde já incluo o de Siri Hustvedt), apenas na categoria de ficção, editados no último ano (de Julho/05 a Julho/06) e que considero de leitura imprescindível, quer seja no Verão à sombra da bananeira, ou no Inverno devorando-os ao borralho, porque na literatura só há um critério que, na realidade, me interessa, a qualidade. Por ordem alfabética do título, temos:
- A Acidental, de Ali Smith, (Bico de Pena)
- A Conspiração contra a América, de Philip Roth, (Dom Quixote)
- A pele fria, de Albert Sánchez Piñol, (Teorema)
- A Sinfonia Pastoral, de André Gide, (Ambar)
- Ao meu filho, de Marilynne Robinson, (Difel)
- As loucuras de Brooklyn, de Paul Auster, (Asa)
- Brasil, de John Updike (Civilização)
- Convite para uma decapitação, de Vladimir Nabokov (Assírio & Alvim)
- Dias Exemplares, de Michael Cunningham (Gradiva)
- Época de migração para norte, de Al-Tayyeb Salih, (Cavalo de Ferro)
- Kafka à beira-mar, de Haruki Murakami, (Casa das Letras)
- Mulher em branco, de Rodrigo Guedes de Carvalho, (Dom Quixote)
- Nunca Me Deixes, de Kazuo Ishiguro (Gradiva)
- O mar de Madrid, de João de Melo, (Dom Quixote)
- O Mar, de John Banville (Asa)
- O remorso de Baltazar Serapião, de valter hugo mãe, (QuidNovi)
- Órix e Crex: O Último Homem, de Margaret Atwood, (Asa)
- Paris nunca se acaba, de Enrique Vila-Matas, (Teorema)
- Quando Nietzsche Chorou, de Irvin D. Yalom, (Saída de Emergência)
- Sábado, de Ian McEwan (Gradiva)
- Shalimar, o Palhaço, de Salman Rushdie, (Dom Quixote)
- Todos os dias, de Jorge Reis-Sá, (Dom Quixote)
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