Pela segunda e última vez falarei aqui neste blogue do conflito entre Israel e os extremistas libaneses do Hezbollah, mais do que acolitados por regimes teocráticos, ditatoriais e facínoras da Síria e do Irão, que transformaram o País dos Cedros – Cedrus libani, árvore oriunda da região, outrora predominante, e que figura na bandeira do Líbano – num teatro de terror.
Não domino o número suficiente de variáveis e desconheço, em larga medida, os parâmetros que a elas se aplicam e que me permitiriam explicar o grau de culpabilidade dos intervenientes.
Confesso, porém, que me revejo nas palavras sagazes e contundentes da Secretária de Estado norte-americana Condoleezza Rice – Condi para os amigos –, o verdadeiro esteio da actual Administração norte-americana.
O João Paulo Sousa, no seu blogue Da Literatura, escreve e bem sobre uma dúvida existencial que se me assalta neste tipo de conflitos: o olho por olho, ou até, o olho e o dente por olho. JPS refere-se ao célebre texto de Albert Camus, no qual o eminente existencialista francês questiona o desequilíbrio de forças que os avanços científicos no domínio militar – referindo-se em concreto ao nuclear – proporciona e que se aqueles não forem usados com inteligência a própria humanidade caminhará a passos largos para a aniquilação total.
Na manhã de 6 de Agosto de 1945, um bombardeiro B-29, baptizado de Enola Gay, largava a bomba atómica sobre a cidade japonesa de Hiroxima. A ordem de Harry S. Truman levou Camus, nessa mesma tarde, a redigir o editorial do jornal clandestino Combat, publicado no dia 8 de Agosto.
Desse editorial extraí uma pequena parte que me parece importante para a ilustração do perigo imanente aos avanços científicos e tecnológicos na área militar utilizados de forma insensata ou discricionária:
Não domino o número suficiente de variáveis e desconheço, em larga medida, os parâmetros que a elas se aplicam e que me permitiriam explicar o grau de culpabilidade dos intervenientes.
Confesso, porém, que me revejo nas palavras sagazes e contundentes da Secretária de Estado norte-americana Condoleezza Rice – Condi para os amigos –, o verdadeiro esteio da actual Administração norte-americana.
O João Paulo Sousa, no seu blogue Da Literatura, escreve e bem sobre uma dúvida existencial que se me assalta neste tipo de conflitos: o olho por olho, ou até, o olho e o dente por olho. JPS refere-se ao célebre texto de Albert Camus, no qual o eminente existencialista francês questiona o desequilíbrio de forças que os avanços científicos no domínio militar – referindo-se em concreto ao nuclear – proporciona e que se aqueles não forem usados com inteligência a própria humanidade caminhará a passos largos para a aniquilação total.
Na manhã de 6 de Agosto de 1945, um bombardeiro B-29, baptizado de Enola Gay, largava a bomba atómica sobre a cidade japonesa de Hiroxima. A ordem de Harry S. Truman levou Camus, nessa mesma tarde, a redigir o editorial do jornal clandestino Combat, publicado no dia 8 de Agosto.
Desse editorial extraí uma pequena parte que me parece importante para a ilustração do perigo imanente aos avanços científicos e tecnológicos na área militar utilizados de forma insensata ou discricionária:
«Nous nous résumerons en une phrase: La civilisation mécanique vient de parvenir à son dernier degré de sauvagerie. Il va falloir choisir, dans un avenir plus ou moins proche, entre le suicide collectif ou l'utilisation intelligente des conquêtes scientifiques.»
Albert Camus, Editorial do jornal Combat de 8 de Agosto de 1945.
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