Através do Mundo Pessoa – blogue da Casa Fernando Pessoa – fiquei a conhecer as sugestões de leitura para a praia da jornalista e romancista inglesa Joanna Briscoe, colocadas no periódico The Independent.
Um dos livros sugeridos foi o romance «Aquilo Que Eu Amava» de Siri Hustvedt.
Ora, se tal como eu, houver alguém que abomine a praia – a não ser para dar uns mergulhos no mar, secar e vir embora – nada melhor que ler o romance da Siri para transformar o típico ambiente de descontracção e de leveza mental num local sombrio e angustiante pelo enredo da obra.
Porém, o mais curioso é a justificação da própria para a escolha deste livro: «Este romance, sobre o amor e a perda, é sombrio, trágico e viciante. Por outro lado, é admiravelmente bom nas intricações da teia de relacionamentos.» [Tradução livre]
Concordo na íntegra com as palavras de Joanna, mas será o livro mais indicado para engordurar com protector solar mesclado com areia?
Em jeito de recordação, aqui ficam as minhas considerações sobre o romance de Siri Hustvedt postadas aqui em Março passado:
«(…) a sua narrativa não assenta nessa sucessão de acasos, mas na dolorosa percepção da fragilidade da nossa vivência, de um quotidiano preso por arames, como num demorado jogo de xadrez onde, após cada passo dado, dificilmente conhecemos a decisão que advirá da outra parte que interage nessa dialéctica.
É uma história em 3 actos dramática porque verosímil, comovente e arrebatadora porque traduz fielmente os nossos desassossegos, mais ou menos conscientes, perante a necessária adaptação do eu à vida em sociedade.
O livro, apesar de extenso, lê-se de uma só penada, onde chegam a coexistir o nó na garganta e a sentida hilaridade. O início do 2.º acto – chamemos-lhe assim – vergou-me perante o peso das lágrimas que rebentaram qualquer resistência de estúpido macho latino: homem não chora!»
Um dos livros sugeridos foi o romance «Aquilo Que Eu Amava» de Siri Hustvedt.
Ora, se tal como eu, houver alguém que abomine a praia – a não ser para dar uns mergulhos no mar, secar e vir embora – nada melhor que ler o romance da Siri para transformar o típico ambiente de descontracção e de leveza mental num local sombrio e angustiante pelo enredo da obra.
Porém, o mais curioso é a justificação da própria para a escolha deste livro: «Este romance, sobre o amor e a perda, é sombrio, trágico e viciante. Por outro lado, é admiravelmente bom nas intricações da teia de relacionamentos.» [Tradução livre]
Concordo na íntegra com as palavras de Joanna, mas será o livro mais indicado para engordurar com protector solar mesclado com areia?
Em jeito de recordação, aqui ficam as minhas considerações sobre o romance de Siri Hustvedt postadas aqui em Março passado:
«(…) a sua narrativa não assenta nessa sucessão de acasos, mas na dolorosa percepção da fragilidade da nossa vivência, de um quotidiano preso por arames, como num demorado jogo de xadrez onde, após cada passo dado, dificilmente conhecemos a decisão que advirá da outra parte que interage nessa dialéctica.
É uma história em 3 actos dramática porque verosímil, comovente e arrebatadora porque traduz fielmente os nossos desassossegos, mais ou menos conscientes, perante a necessária adaptação do eu à vida em sociedade.
O livro, apesar de extenso, lê-se de uma só penada, onde chegam a coexistir o nó na garganta e a sentida hilaridade. O início do 2.º acto – chamemos-lhe assim – vergou-me perante o peso das lágrimas que rebentaram qualquer resistência de estúpido macho latino: homem não chora!»
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