Aviso: a história abaixo descrita é verdadeira, não tendo sofrido sequer de quaisquer alterações de pormenor para efeitos dramáticos. Quanto à crença ou não nesta declaração, não é de minha responsabilidade.
Por este dias tenho reflectido, e de forma ponderada, sobre o possível fim deste blogue.
Recordo-me agora da força de vontade do José Pimentel Teixeira quando um dia, e nada o faria prever, anunciou que fecharia o seu Ma-Schamba, metaforizando com o vício e as dolorosas tentativas de deixar de fumar. Confesso que julguei tratar-se de mais uma brincadeira do José, mas de facto não só cumpriu o prometido, como ademais – não fosse o diabo tecê-las – apagou o seu blogue deste admirável mundo novo, a blogosfera. Entendi JPT, à laia de Huxley, o acto em si significou desintoxicar, desistir da deglutição das doses diárias de soma que nos inebria e que, muitas vezes sem darmos por isso, nos apartou do pulsar do mundo que se vai transformando lá fora. Dedicamo-nos em pleno a uma entidade estranha que nos agarra pela apologia da interactividade, porém com uma forte inclinação para uma forma, não congénita e ainda desconhecida, de autismo.
Daí que tenha seguido com especial interesse este pequeno diálogo entre o Luís e o Ricardo. Percebi a interpelação do primeiro, da mesma forma como entendi a resposta do segundo.
Uma confissão
No dia 31 de Maio de manhã liguei o computador e preparava-me para escrever um texto em jeito de despedida para os poucos leitores que teimam em visitar-me – e como eu gosto deles! Como esta actividade necessita da vossa atenção como do pão para a boca.
Queria dar-vos uma justificação já previamente amadurecida sobre a desistência. Todavia, antes de escrever esse texto, que, por certo, ir-se-ia revelar como uma tarefa assaz dolorosa, descobri, através da leitura do Diário Digital, que o Prémio Príncipe das Astúrias das Letras havia sido atribuído nessa mesma manhã ao escritor norte-americano Paul Auster. A alegria dessa notícia contagiou-me de tal forma que no dia 31 de Maio deverei ter ultrapassado a minha marca pessoal, neste blogue, de maior número de textos afixados em apenas um dia.
No final desse mesmo dia, e apenas e só nesse momento, reparei que me havia levantado com o firme propósito de vos comunicar a decisão da minha desistência e que algo me fez suspendê-la. Embora houvesse tomado a decisão de que vos iria informar que este blogue se manteria até ao próximo dia 17, altura na qual completaria 6 meses de existência, e assim fechá-lo-ia, vaidosamente, com um toque poético ou, se preferirem, num tom barrocamente dramático.
Pelos vistos, o divino materializado num oráculo literário do poeta e prosador do acaso assim não o permitiu.
Por este dias tenho reflectido, e de forma ponderada, sobre o possível fim deste blogue.
Recordo-me agora da força de vontade do José Pimentel Teixeira quando um dia, e nada o faria prever, anunciou que fecharia o seu Ma-Schamba, metaforizando com o vício e as dolorosas tentativas de deixar de fumar. Confesso que julguei tratar-se de mais uma brincadeira do José, mas de facto não só cumpriu o prometido, como ademais – não fosse o diabo tecê-las – apagou o seu blogue deste admirável mundo novo, a blogosfera. Entendi JPT, à laia de Huxley, o acto em si significou desintoxicar, desistir da deglutição das doses diárias de soma que nos inebria e que, muitas vezes sem darmos por isso, nos apartou do pulsar do mundo que se vai transformando lá fora. Dedicamo-nos em pleno a uma entidade estranha que nos agarra pela apologia da interactividade, porém com uma forte inclinação para uma forma, não congénita e ainda desconhecida, de autismo.
Daí que tenha seguido com especial interesse este pequeno diálogo entre o Luís e o Ricardo. Percebi a interpelação do primeiro, da mesma forma como entendi a resposta do segundo.
Uma confissão
No dia 31 de Maio de manhã liguei o computador e preparava-me para escrever um texto em jeito de despedida para os poucos leitores que teimam em visitar-me – e como eu gosto deles! Como esta actividade necessita da vossa atenção como do pão para a boca.
Queria dar-vos uma justificação já previamente amadurecida sobre a desistência. Todavia, antes de escrever esse texto, que, por certo, ir-se-ia revelar como uma tarefa assaz dolorosa, descobri, através da leitura do Diário Digital, que o Prémio Príncipe das Astúrias das Letras havia sido atribuído nessa mesma manhã ao escritor norte-americano Paul Auster. A alegria dessa notícia contagiou-me de tal forma que no dia 31 de Maio deverei ter ultrapassado a minha marca pessoal, neste blogue, de maior número de textos afixados em apenas um dia.
No final desse mesmo dia, e apenas e só nesse momento, reparei que me havia levantado com o firme propósito de vos comunicar a decisão da minha desistência e que algo me fez suspendê-la. Embora houvesse tomado a decisão de que vos iria informar que este blogue se manteria até ao próximo dia 17, altura na qual completaria 6 meses de existência, e assim fechá-lo-ia, vaidosamente, com um toque poético ou, se preferirem, num tom barrocamente dramático.
Pelos vistos, o divino materializado num oráculo literário do poeta e prosador do acaso assim não o permitiu.
3 comentários:
E ainda bem... Descobri este blog à pouquíssimo tempo e seria uma pena que ele fechasse portas :)
Força e não reconsidere esta possibilidade de o fechar :)
Já o visitava ainda antes do 'Dia Auster' (vou chamar-lhe assim), embora muito raramente fizesse um comentário ao que escreve. Talvez um, dois... não sei. Claro que no 'Dia Auster' não resisti. Sabe que há vários blogues que leio todos os dias, nos quais raramente deixo um comentário. Gosto de ler e ponto. O 'Porque' é um deles. Logo hoje que vou 'postar' um texto sobre coincidências, o André fala de uma coincidência. Curioso.
E, por mim, acho que deve ficar por cá.
Até já
Obrigado pelas palavras.
Boas divagações.
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