O Eduardo Pitta descreveu parte da sessão de entrega do merecidíssimo Grande Prémio de Romance e Novela da APE a Francisco José Viegas, que decorreu ontem na Gulbenkian. Começou e bem com a interrogação de uma amiga que o acompanhou «Tão poucos escritores. Isto é normal...?»
Eu, descaradamente, faço aqui um exercício de resposta, assaz singela e inteligível: «É!».
Vivemos no país da mediocridade institucionalizada, onde predominam o ressentimento e, sobretudo, a inveja.
«Longe de Manaus» é um excelente romance e foi, sem dúvida, o melhor romance português publicado em 2005 no conjunto daqueles que tive a oportunidade de ler.
Forte na narrativa, robusto na descrição dos personagens, congruente e com fio condutor e aprazivelmente bem escrito no nosso português e no português açucarado do Brasil.
Depois, a própria estrutura gramatical do romance. Tem parágrafos, transições do discurso directo para o indirecto perfeitamente identificáveis, vírgulas, pontos e vírgulas, etc. Confesso que já me cansam os romances de balbúrdia diacrítica e de pontuação, com a honrosa excepção de alguns, que até já citei neste blogue.
Voltando ao cerne da questão, atrevo-me a postular que, neste país, enquanto encararmos o trabalho meritório dos outros como uma afronta pessoal e/ou como uma forma encapotada de arrivismo, elaborado à custa de forças exógenas poderosas, jamais sairemos deste marasmo que caracteriza um sociedade de mentecaptos e terceiro-mundista. E, acreditem, sei bem do que falo, por experiência própria, já que laboro num mundo de desavergonhadas endogamias, de mesquinhezes e de interesseiríssimos, e onde se pode encontrar exemplos substanciais para caracterizar o paroxismo da inveja e da maledicência.
Uma vez mais, parabéns Francisco! Cá aguardo, ansiosamente, a deambulação chinesa* de Jaime Ramos.
Eu, descaradamente, faço aqui um exercício de resposta, assaz singela e inteligível: «É!».
Vivemos no país da mediocridade institucionalizada, onde predominam o ressentimento e, sobretudo, a inveja.
«Longe de Manaus» é um excelente romance e foi, sem dúvida, o melhor romance português publicado em 2005 no conjunto daqueles que tive a oportunidade de ler.
Forte na narrativa, robusto na descrição dos personagens, congruente e com fio condutor e aprazivelmente bem escrito no nosso português e no português açucarado do Brasil.
Depois, a própria estrutura gramatical do romance. Tem parágrafos, transições do discurso directo para o indirecto perfeitamente identificáveis, vírgulas, pontos e vírgulas, etc. Confesso que já me cansam os romances de balbúrdia diacrítica e de pontuação, com a honrosa excepção de alguns, que até já citei neste blogue.
Voltando ao cerne da questão, atrevo-me a postular que, neste país, enquanto encararmos o trabalho meritório dos outros como uma afronta pessoal e/ou como uma forma encapotada de arrivismo, elaborado à custa de forças exógenas poderosas, jamais sairemos deste marasmo que caracteriza um sociedade de mentecaptos e terceiro-mundista. E, acreditem, sei bem do que falo, por experiência própria, já que laboro num mundo de desavergonhadas endogamias, de mesquinhezes e de interesseiríssimos, e onde se pode encontrar exemplos substanciais para caracterizar o paroxismo da inveja e da maledicência.
Uma vez mais, parabéns Francisco! Cá aguardo, ansiosamente, a deambulação chinesa* de Jaime Ramos.
*Correcção (28/Jun): Alertado pelo Hugo, afinal a deambulação do Sr. Inspector Jaime Ramos far-se-á por terras da Argentina e do Chile.
1 comentário:
julgo que no conceito de fair-play também se integra a ausência de cabeçada
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