Intróito
Este romance é provavelmente o mais denso e hermético de Auster. Nesta obra o acaso, ou o ponto de partida para a austeriana transformação da vida, consubstancia-se num acidente de avião que num lapso de segundo rouba a família ao letrado David Zimmer, professor de Literatura Comparada no Hampton College em Vermont, tradutor de Lorca, Éluard e Michaux; escreve um ensaio sobre política e literatura examinando a obra de Hamsun, Céline e Pound; publica um ensaio sobre o silêncio, dedicado a autores “que haviam desistido de escrever” entre os quais Rimbaud, Hammett, Laura Riding e Salinger; preparava-se para escrever sobre Stendhal quando se dá o terrível acidente.
Entretanto, dedica-se a escrever sobre a obra de um cineasta obscuro e esquecido pelo grande público, Hector Mann e é-lhe proposta a tradução das Memórias do Túmulo de Chateaubriand, quando um inesperado convite mudará em definitivo a sua vida: aparentemente, o desaparecido Hector Mann está vivo.
«Toda a gente pensava que ele estava morto. Em 1988, quando saiu o meu livro sobre os seus filmes, quase sessenta anos haviam passado sem que Hector Mann tivesse dado o menor sinal de vida. Tirando uma meia dúzia de historiadores e de entusiastas de fitas antigas, poucas pessoas pareciam saber que ele alguma vez existira. Double or Nothing, a última das doze comédias em duas bobinas que Mann fizera no final da era do mudo, chegou às salas de cinema a 23 de Novembro de 1928. Dois meses depois, sem se despedir de nenhum dos amigos ou associados, sem deixar nenhuma carta, sem informar ninguém dos seus planos, abandonou a casa que alugara em North Orange Drive e nunca mais foi visto.»
Paul Auster, em O Livro das Ilusões, Asa, 2.ª Edição, Fevereiro de 2003, pág. 7
[Tradução de José Vieira de Lima] (The Book of Illusions, 2002)
Entretanto, dedica-se a escrever sobre a obra de um cineasta obscuro e esquecido pelo grande público, Hector Mann e é-lhe proposta a tradução das Memórias do Túmulo de Chateaubriand, quando um inesperado convite mudará em definitivo a sua vida: aparentemente, o desaparecido Hector Mann está vivo.
«Toda a gente pensava que ele estava morto. Em 1988, quando saiu o meu livro sobre os seus filmes, quase sessenta anos haviam passado sem que Hector Mann tivesse dado o menor sinal de vida. Tirando uma meia dúzia de historiadores e de entusiastas de fitas antigas, poucas pessoas pareciam saber que ele alguma vez existira. Double or Nothing, a última das doze comédias em duas bobinas que Mann fizera no final da era do mudo, chegou às salas de cinema a 23 de Novembro de 1928. Dois meses depois, sem se despedir de nenhum dos amigos ou associados, sem deixar nenhuma carta, sem informar ninguém dos seus planos, abandonou a casa que alugara em North Orange Drive e nunca mais foi visto.»
Paul Auster, em O Livro das Ilusões, Asa, 2.ª Edição, Fevereiro de 2003, pág. 7
[Tradução de José Vieira de Lima] (The Book of Illusions, 2002)
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