Intróito
Volta o acaso na dimensão dada pelo Auster dos anos 80 e início dos 90. Todavia, julgo que se trata do menos conseguido dos romances do autor norte-americano.
Este é o tal livro dos encantatórios e divinos cadernos de fabrico português e do coleccionador de listas telefónicas como biografia do mundo. É a história do poder mágico e hipnótico das palavras e do ténue limite que separa a ficção da realidade.
«Tinha estado doente durante muito tempo. Quando chegou o dia de sair do hospital, já mal sabia andar, mal conseguia lembrar-me de quem é que eu poderia ser. Faça um esforço, dizia o médico, faça um esforço e vai ver que daqui a três ou quatro meses tudo volta ao normal. Eu não acreditava nele, mas, ainda assim, segui o seu conselho. Tinham-me dado como morto, e agora que eu desmentira as previsões e que, por alguma misteriosa razão, teimara em não morrer, que escolha é que eu tinha senão viver como se uma vida futura estivesse à minha espera?»
Paul Auster, em A Noite do Oráculo, Asa, 1.ª Edição, Novembro de 2004, pág. 7
[Tradução de José Vieira de Lima] (Oracle Night, 2003)
Este é o tal livro dos encantatórios e divinos cadernos de fabrico português e do coleccionador de listas telefónicas como biografia do mundo. É a história do poder mágico e hipnótico das palavras e do ténue limite que separa a ficção da realidade.
«Tinha estado doente durante muito tempo. Quando chegou o dia de sair do hospital, já mal sabia andar, mal conseguia lembrar-me de quem é que eu poderia ser. Faça um esforço, dizia o médico, faça um esforço e vai ver que daqui a três ou quatro meses tudo volta ao normal. Eu não acreditava nele, mas, ainda assim, segui o seu conselho. Tinham-me dado como morto, e agora que eu desmentira as previsões e que, por alguma misteriosa razão, teimara em não morrer, que escolha é que eu tinha senão viver como se uma vida futura estivesse à minha espera?»
Paul Auster, em A Noite do Oráculo, Asa, 1.ª Edição, Novembro de 2004, pág. 7
[Tradução de José Vieira de Lima] (Oracle Night, 2003)
4 comentários:
entre os Fiats Lux#4 e #5 falta o Mr. Vertigo
Pois, não li!
Tal como entre o #1 e o #2 falta "No país das últimas coisas".
Lá terei que quebrar um dos meus princípios: ler em inglês. É um trauma, é uma coisa que detesto porque parece que estou a trabalhar. Leio em inglês o dia inteiro e escrevo em castelhano.
Esses romances já forma editados em português pela Presença, todavia encontram-se esgotados e não prevêem a sua reedição.
Mr. Vertigo é muito interessante e No País das Últimas Coisas é um verdadeiro soco no estômago. Em relação a este último, um realizador de cinema argentino (creio que é argentino) pegou na história. A estreia do filme está anunciada para 2007. Vamos ver se cá chega...
prefiro ler o auster em inglês.
devo ter 50/50 português/inglês.
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