segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Maquiavel

Houve, em tempos idos – passe o pleonasmo –, quem houvesse apelidado Marcelo Rebelo de Sousa de exímio estratega na prossecução dos seus fins políticos; e diga-se à boa maneira do eminente florentino autor de O Príncipe, cujas ideias foram mais tarde erroneamente generalizadas para a tortuosidade dos meios empregados, há algum maquiavelismo subjacente.
Ontem, no programa As Escolhas de Marcelo na
RTP1, Marcelo faz jus ao ilustre estratega da teoria política e proferiu:
«Eu acho que o PS se envolveu decisivamente nesta campanha (…) A ideia dele [Sócrates] é dizer o seguinte: se o “Sim” ganhar, deve-se largamente… e é verdade… deve-se largamente ao Primeiro-Ministro, ao Governo e ao PS (…) E atenção, agora dou razão, percebo Edite Estrela quando dizia: se ganhar o sim é uma vitória do PS, é uma vitória do Governo»

Eis o que diz Maquiavel (O Príncipe, Cap. XX), sobre a união frente à ineficaz divisão:
«(…) quando o inimigo se avizinha, as cidades divididas, necessariamente, perdem-se logo, eis que sempre a parte mais fraca aderirá às forças externas e a outra não poderá resistir.»

E eu complemento, se achares a tua cidade dividida, apõe aos teus súbditos um desígnio aparentemente forte que, apesar de diverso do fundamento da contenda com as forças externas, uni-los-á em torno da defesa da tua cidade.

2 comentários:

Anónimo disse...

Viva, André.
É caso para dizer que gostaria de ver o exemplar de "O Príncipe" do prof. Marcelo, para ver as suas anotações.
:)
abraço,
Victor Figueiredo.

Anónimo disse...

:)
Abraço, Victor.