Saí a toda a brida em busca de uma purga das toxinas que supostamente me agarram à lucidez deste mundo que é o nosso: cafeína, nicotina, fluvoxamina, blogotina...
Ar puro, silêncio e beleza exuberante; passeios à meia-noite aromatizados pela exalação dos cachos bojudos à espera de Setembro; constelações definidas até ao último pormenor sem o ruído das luzes… grilos, milhares deles imitando o barulho da terra após o sol abrasador da jorna transmontana. Brincadeiras com a minha filha e com os seus amigos fiéis que teimam em afagar-nos, apesar das cada vez mais longas ausências. Estás maior Fred – noventa quilos! Sempre o mesmo brincalhão, catraio Rex, arraçado de Perdigueiro Português, o pai, que um dia se foi pelo rodado de um camião cujo miserável usufrutuário fugiu sem te auxiliar; tu deitado no alcatrão sombrio e quente, derretendo o sangue... preto e vermelho aspergido de golfadas de sangue que te saíam da boca até ao último silvo.
Regressei. Nervos em franja. Monóxido de carbono. Smog. Buzinas. As mesmas caras fechadas. Os sorrisos de conveniência. Os rios, um poluído e o outro que vai poluindo a cidade com o beneplácito das gentes adormecidas. Buracos. Semáforos. O barulho do moinho de café enquanto queimo a língua naquela água fervida tingida de negro. O tilintar das moedas nas máquinas que me sentenciam a morte prematura. Caixas com frontispícios acabrunhados, querendo ser sérias, mostrando a autoridade moral das substâncias espartanamente guardadas em papel de prata com que legalmente se entranham no nosso organismo para encararmos o mal dos outros, ou até para viver indolente e harmoniosamente com o mal que os outros infligem. Bem-vindo de novo ao Inferno!
Ainda por cá andam os mesmos cabrões? Fuma um cigarro que isso passa. Toma um café. Escreve. Medita. Lê. Joga Ténis. Trabalha. Fode. Fode muito. Bebe um copo para o caminho. Senta-te e descansa. Esta pastilha vai ajudar-te a…
Vou-me embora… por dez dias esquecer a merda do país ou talvez da emproada civilização que me embalou e me trouxe ao mundo.
Porém, ainda vou ficando. Estou cansado para lutar. Já lutei e cada vez mais me vão enfiando no buraco que me faz recordar a insignificância da minha luta, a escassez das minhas forças numa batalha desigual. Vem aí Setembro. À luta!
Ar puro, silêncio e beleza exuberante; passeios à meia-noite aromatizados pela exalação dos cachos bojudos à espera de Setembro; constelações definidas até ao último pormenor sem o ruído das luzes… grilos, milhares deles imitando o barulho da terra após o sol abrasador da jorna transmontana. Brincadeiras com a minha filha e com os seus amigos fiéis que teimam em afagar-nos, apesar das cada vez mais longas ausências. Estás maior Fred – noventa quilos! Sempre o mesmo brincalhão, catraio Rex, arraçado de Perdigueiro Português, o pai, que um dia se foi pelo rodado de um camião cujo miserável usufrutuário fugiu sem te auxiliar; tu deitado no alcatrão sombrio e quente, derretendo o sangue... preto e vermelho aspergido de golfadas de sangue que te saíam da boca até ao último silvo.
Regressei. Nervos em franja. Monóxido de carbono. Smog. Buzinas. As mesmas caras fechadas. Os sorrisos de conveniência. Os rios, um poluído e o outro que vai poluindo a cidade com o beneplácito das gentes adormecidas. Buracos. Semáforos. O barulho do moinho de café enquanto queimo a língua naquela água fervida tingida de negro. O tilintar das moedas nas máquinas que me sentenciam a morte prematura. Caixas com frontispícios acabrunhados, querendo ser sérias, mostrando a autoridade moral das substâncias espartanamente guardadas em papel de prata com que legalmente se entranham no nosso organismo para encararmos o mal dos outros, ou até para viver indolente e harmoniosamente com o mal que os outros infligem. Bem-vindo de novo ao Inferno!
Ainda por cá andam os mesmos cabrões? Fuma um cigarro que isso passa. Toma um café. Escreve. Medita. Lê. Joga Ténis. Trabalha. Fode. Fode muito. Bebe um copo para o caminho. Senta-te e descansa. Esta pastilha vai ajudar-te a…
Vou-me embora… por dez dias esquecer a merda do país ou talvez da emproada civilização que me embalou e me trouxe ao mundo.
Porém, ainda vou ficando. Estou cansado para lutar. Já lutei e cada vez mais me vão enfiando no buraco que me faz recordar a insignificância da minha luta, a escassez das minhas forças numa batalha desigual. Vem aí Setembro. À luta!
Tomo a pastilha, fumo meio maço, bebo três, quatro ou cinco cafés, leio para sondar o mundo que a cada parágrafo me parece mais perigoso… não, não é medo! É enfado!
6 comentários:
Haja força e vontade...:D
Abraço
Faz o que te prescreveste: f***, f*** muito.
denoto um certo resvalar para a infidelidade quando o fode, fode muito surge entalado entre o trabalho e o copo para o caminho, que se presume que conduza a casa. cuidado com as vanessas assanhadas, pá.
Don´t give up!
Bem-vindo não ao Inferno, mas sim à luta. Não baixes nunca os braços... nem o resto. No follar é que está o ganho.
Abraço!
Caramba,
Como dizem os nossos irmãos daqui do lado "ha sido impactante!" lo de follar o no.
Obrigado!
Beijos Ruca e abraços aos varões.
PS (para o Pedro) - As Soraias Alexandras é que são a minha perdição...:)
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