quinta-feira, 24 de agosto de 2006

As frases [actualizado]

O Luís tem razão quando questiona «será que alguma frase inicial é realmente exemplar se não revelar a exemplaridade de um nome de autor?»
Charles B. Harris, o chefe editorial da revista norte-americana
American Book Review, referiu, a propósito da construção da lista das 100 melhores frases iniciais na sua revista, que uma das dificuldades deste exercício advinha da possível contaminação de um julgamento, que se pretendia imparcial, quando na presença de um autor consagrado. Isto é, sobre o painel de jurados propenderia um conjunto de condicionalismos fortemente subjectivos na medida em que, considerando-se à partida um conjunto de homens das letras, os juízos de valor apriorísticos estão necessariamente presentes e resultam do estrito cumprimento diário das tarefas que definem a sua actividade profissional.
É verdade que o resultado final poder-se-á traduzir por uma lista plena de condicionantes de vária ordem, por exemplo geográfica, cultural e linguística. Porém, como alguém já referiu, este tipo de iniciativas vale o que vale, e neste caso revelou-se como um exercício deveras excitante para o simples amante das letras, colmatado pela deliciosa interactividade que, como já disse por diversas vezes, é o sal da blogosfera.
O desafio do Luís Mourão – relembrar um leque de autores, que por uma série de razões, foram esquecidos – tem o condão de elevar este exercício, meramente recreativo, a um patamar que jamais pensei conseguir alcançar – porventura por uma declarada fissura no pacientemente erigido muro da minha auto-estima – quando no início deste mês encetei este entretenimento com laivos literários.
Bem-haja Luís.

Nota: dada a minha ausência do país na próxima semana – para gozar umas merecidas férias –, tentarei aqui colocar, antes de partir, o maior número de citações possível, resultantes dos contributos oriundos da blogosfera que chegam, numa base diária, à minha caixa de correio electrónico.


[Adenda] Numa curta, porém exaustiva, busca na rede não foi encontrada qualquer referência tanto biográfica como bibliográfica ao tal autor justissimamente esquecido, mesmo recorrendo ao extenso arquivo da Biblioteca Nacional. Quiçá Jerónimo Bemposto não dará o mote a uma obra futura de Carlos Ruiz Zafón sob o título Terras altas, nome de romance que repousa no Cemitério dos Livros Esquecidos.

1 comentário:

Anónimo disse...

naum é o procurei mais ta
massa deviam se idealizar mais sobre o que fazem, v6 sao D+ ...