quarta-feira, 9 de agosto de 2006

Blogosfera lusa debaixo de fogo

Isto do esbulho de templates e dos respectivos conteúdos começa a ser preocupante. Depois do Abrupto de José Pacheco Pereira – que deu motivo a momentos de boa disposição, apesar da angústia e da impaciência manifestadas pelo seu autor –, foi a vez de Francisco José Viegas.
Desconheço se se trata ou não de uma acção deliberada, todavia é inegável que as vítimas são, para já, os autores de blogues com um forte crédito mediático, consubstanciado nas suas grandes audiências na comunidade lusófona.
Se no primeiro caso, o de JPP, poderíamos divagar sobre a putativa marcação ad hominem dada a natureza polemista e de forte convicção nas opiniões prestadas do seu autor que, ademais, é um político – sem qualquer tipo de menosprezo ou de qualquer tentativa de depreciação de minha parte –, no caso de FJV esses rótulos, mesmo que contingentes, não se colocam de forma alguma, apesar das opiniões sérias e bem vincadas, demonstradas sem algum tipo de receio.
FJV é escritor, colunista e… portista – grande homem! Clubites e possíveis rivalidades literárias à parte, só se poderá compreender, à luz de um raciocínio frágil e assaz pueril, que o ataque advenha da posição por si manifestada – lógica e coerente, diga-se – sobre o recente conflito no Médio Oriente, que a todos nós tem tirado umas horas de sono, qualquer que seja a nossa posição na escala que mede o grau de indiferença perante o sucedido.
No entanto, apontar essa questão como o leitmotiv para a acção delinquente de usurpação de conteúdos é um exercício meramente especulativo que carece de uma base factual sólida.
Em jeito de bloguista avisado e preocupado, deixo aqui apenas uma solução, a aquisição de um programa de backup para blogues, como por exemplo
este – bastante dispendioso, por sinal.
Por outro lado, não custa nada e demora apenas alguns segundos, é de todo aconselhável a acção periódica de copy/paste das instruções HTML do template do blogue para um ficheiro “txt”, utilizando por exemplo o Bloco de Notas (ou Notepad) que é incluído por defeito no sistema operativo Windows.
Poderá parecer estranho e até caricato aquilo que a seguir aqui direi, mas quando encetamos um blogue e o actualizamos com alguma regularidade, há uma parte de nós mesmos que se materializa nas instruções da linguagem informática utilizada. Há uma relação afectiva, mais ou menos consciente, perante aquele bicho aparentemente intangível que aportuguesámos de blogue e que perfilhámos sob um nome que nos diz algo, o qual, mais cedo ou mais tarde, se transformará num fiel companheiro que Noé nem sequer imaginou transportar na Arca em direcção ao Monte Sinai aquando do bíblico dilúvio.

Gravura: A Destruição de Leviatã, por Gustav Doré, 1865.

2 comentários:

Anónimo disse...

Em alternativa a esses programas de backup, algo mais simples: guardar as páginas correspondentes a cada arquivo mensal (no browser, em "ficheiro", "guardar como", etc.)

Anónimo disse...

Inês,
Realmente, fazendo uma breve análise custo/benefício parece-me a opção mais acertada.