sexta-feira, 14 de março de 2008

Pynchon Luso

Para os pynchonianos do nosso burgo, que lêem há anos, pelo menos desde 1963, as obras do esquivo, obscuro e admirável autor norte-americano Thomas Pynchon (n. 1937), informo que, após um das minhas cada vez mais raras perambulações pelas ruas da baixa – que, por tradição, inclui sempre uma visita à Livraria Leitura (agora pertença do império Bulhosa) em busca de raridades que escapam à indexação cibernética –, avistei uma das suas duas únicas obras que se encontram traduzidas para português de Portugal: V. (1964), da extinta Editorial Notícias, com edição de Fevereiro de 2000 (estavam disponíveis dois exemplares). Logo, aconselha-se ao mais empedernido dos pynchonianos uma rápida visita à livraria da José Falcão (a entrada da Rua de Ceuta, junto à Livros do Brasil, está fechada).
Em Portugal, para além de V. – obra de estreia de Pynchon, que (des)honradamente continua a pertencer ao meu íntimo e particular top 10 das melhores obras de ficção de todos os tempos, a história dos inesquecíveis Stencil e Benny Profane – apenas podemos correr o sério risco de encontrar a segunda obra de Pynchon (em termos cronológicos) devidamente traduzida para a nossa língua, numa edição de Junho de 1987 – pelo menos, é a data da edição que repousa na minha biblioteca: trata-se do mais pequeno dos seus romances, O Leilão do Lote 49 (The Crying of Lot 49, 1966) da já possivelmente defunta Editorial Fragmentos.

Por editar, neste país de requintados e selectivos letrados, continua a sua enciclopédica obra-prima Gravity’s Rainbow (1973) – que, a título de exemplo, está publicada no Brasil sob o título O Arco-íris da Gravidade –, para além da colectânea de contos Slow Learner (1984) e dos romances Vineland (1990), Mason & Dixon (1997) e o recente Against the Day (2006).

Nota: há uns anos transcrevi para o meu blogue, agora inactivo, Data, um dos diálogos mais curiosos da obra.

9 comentários:

Anónimo disse...

Muito, mas mesmo muito obrigada pela pista :) Nem nos alfarrabistas me tenho safado... Neste momento tenho o V. encomendado à editora. Se falhar, dou um salto à Leitura na próxima ida a Lisboa. Entretanto vou tentar encomendar do site deles o Leilão do Lote 49.
Cristina

Anónimo disse...

Cara Cristina,

se és de Lisboa, passa pela Bulhosa de Campo de Ourique, que o livro está lá à venda. O Leilão do Lote 49 também se arranja.

Anónimo disse...

Pede para reservar pelo telefone: 21383900

Anónimo disse...

A Liv. Leitura é no Porto e foi na de José Falcão que vi os dois exemplares de V. Aquelas 2 lombadas com listas vermelhas e brancas não enganam e, (detesto usar esta expressão, mas cá vai... pelo adiantado da hora e por alguma alcoolemia duriense que sobejou do meu tradicional jantar dos sábados) palavra de honra, que foram os primeiros livros que me saltaram à vista assim que me aproximei da secção de Literatura Estrangeira. Estive quase para fazer uma daquelas partidas à R. Casanova (por exemplo, guardá-lo noutra secção, para que só o verdadeiro pynchoniano a ele tivesse acesso), mas depois lembrei-me das encomendas online e das dores de cabeça que esse gesto radical de zelo pelo amante da literatura poderia causar.
(Nota: A Leitura é agora pertença da Bulhosa, que é de Lisboa)
PS - Sérgio, é bom, por interposto comentário, saber-te vivo pela blogosfera...

Anónimo disse...

Ops... no Porto, claro, peço desculpa pela "tresleitura". Recebi resposta da Editorial Notícias, o V. está esgotado por lá também. Reedições não estão previstas. Obrigada também pela pista da Bulhosa de Campo de Ourique. Estou em Portimão e tão cedo não vou a Lisboa, pelo que vou tentar encomendar online. Mais uma vez obrigada a ambos :-)
cristina

L.N. disse...

Essa tradução da Editorial Notícias não é em português do Brasil?

André Moura e Cunha disse...

Não, é em português europeu.

L.N. disse...

Muito obrigado. Encontrei a dita numa página de leilões - e como novo - pela módica quantia de 6€.

L.N. disse...

*o dito