sexta-feira, 7 de março de 2008

Um grande candidato…

…a pior filme do ano.

Não se deixem iludir, isto são falsificações!


Depois de terminada a efervescência de entrega dos galardões máximos do cinema mundial, embora o período de nojo seja em breve interrompido com a abertura do Festival de Cinema de Cannes, que este ano irá decorrer entre 14 e 25 de Maio, é meu hábito encerrar, pelo menos numa base sistemática, as minhas deambulações pelo cinema, donde as apreciações dos filmes em cartaz são parte integrante; aliás, porque este é um blogue que, se é que serve para alguma coisa que consiga atingir alguns laivos de consistência, procura concentrar-se nos livros, nos assuntos literários e, com especial utilidade sadomasoquista – qual daguerreótipo de Severin von Kusiemski –, no remoque implacável (ou que busca essa implacabilidade) nas descoroçoantes acções da gente ilustre deste pobre país – já estou como Steiner, por vezes seria preferível no estudo dos factos empregar-se a introdução “às trevas de” em vez de “à luz de” nas posteriores derivações.

Bom, regressando ao mundo real. Fui ao cinema na desconfortável condição de pré-babado, um trintão de lolitas, segundo a mais recente doutrina mexiana, e vi, claramente visto, duas matronas que tentaram envergar (e porque não falar mesmo da envergadura literal e física) de Natalie (1981) – luz da minha vida – e Scarlett (1984) – fogo da minha virilidade – durante quase duas horas de celulóide desperdiçado.
Um realizador de quinta categoria, pega num romance de quarta, escrito por uma romancista de segunda – bolas, saltei um passo – de Phillipa Gregory (agora publicada pela Civilização que, ao que parece, deixou cair Lively, Berger e Updike, entre outros, iniciando-se na terrível contenda editorial tão cúpido-portuguesa pelo arrebatamento dos direitos de publicação de todo o lixo literário).
De primeira, apenas o estímulo anabólico* para o esquecimento mal se abandona a sala de projecção.

*Desenganem-se o os lolitologistas, ao invés do potencial aumento da massa muscular, teve um efeito mirrador de larga duração e espectro.

Filme: Duas Irmãs, Um Rei (The Other Boleyn Girl, 2008) de um tal de Justin Chadwick.

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