quinta-feira, 10 de agosto de 2006

O que as autoridades escondem

A edição de hoje do jornal Público (sem ligação disponível) dá conta que «Mar de alforrecas altera o rosto do Verão no Mediterrâneo».
No corpo da notícia surge a informação propagandística – ao que apurámos de influência socrática, a banhos de suor negocial no Brasil – dando conta que «A Portugal é pouco provável que chegue esta invasão das alforrecas».
Ora, como já há três anos frequento o programa de desintoxicação algarvia, não posso atestar in loco a veracidade dessa informação que visa serenar – ou, porventura, sedar – a população portuguesa a banhos de Vila Real de Santo António à ponta de Sagres.
Todavia, segundos fontes eminentemente credíveis na blogosfera, vários turistas chineludos e lusos, de todas as raças – com maior incidência em Quarteira, Vilamoura, Albufeira, Armação de Pêra e Praia da Rocha –, foram apanhados com fortes e iniludíveis sinais exteriores de alergia provocada pela denominada praga gelatinosa, havendo-se apurado apenas um factor em comum entre a população afectada, segundo nos relatou o intendente
George: todos ostentavam e/ou liam a última ficção de Margarida Rebelo Pinto® «Diário da tua ausência».
Apesar da forte correlação positiva verificada entre os dois fenómenos, as autoridades portuguesas tomaram as devidas providências para ocultar o assunto da opinião pública, cujas ordens, segundo as nossas fontes, foram directamente enviadas do Brasil.
Contactado um centro de investigação especializado em imunoalergologia – que pretendeu manter o anonimato, com receio de eventuais represálias – o director do centro disse-nos, de forma categórica, que a praga que afecta as praias portuguesas não pode, de forma alguma, ser escamoteada, destacando que os riscos associados são cerca de 100 vezes superiores aos verificados pela praga que assolou as praias das costa mediterrânica espanhola. Entre os perigos destacam-se o esbanjamento semanal de avultadas somas de dinheiro na Lux, Caras, Nova Gente e até na Telenovelas, em almofadas e peluches para automóvel com o símbolo do Benfica, em piercings e tatuagens, etc. Em casos extremos, resultantes da forte exposição ao perigo descrito, poderemos até chegar a uma atrofia cerebral irreversível, que, entre outras funções, afectará a capacidade de articular verbos reflexos e poderá levar à supressão em definitivo do grau superlativo absoluto analítico dos adjectivos em detrimento do superlativíssimo absolutérrimo sintético e ao emprego desmesurado de expressões como: “derivado a”, “disfrutar”, “dispender”, “tem haver com”, “é assim” no início de cada frase, e por aí em diante.

Façam o favor de ter medo. Muito medo!

2 comentários:

Anónimo disse...

Desintoxicação? Ganha mas é juízo! Que saudades das nossas pizzas. E que estória é essa dos piercings? Mau!
Beijinhos

Anónimo disse...

Claro que tenho saudades das pizzas e das nossas idas noitadas!
Quanto aos piercings, já sabes a minha opinião. Todavia, há certas excepções...
Beijinhos