Vestia um barrete vermelho debruado a neve, olhos castanho avelã bruxuleantes de pequenas lágrimas de criança feliz de vinte e seis. Acendia a ternura que se prolongava pela noite dentro, que os ainda curtos anos iam encerrando dentro da carapaça de jovem empreendedor de eminente sucesso. Bastava aquele simples sorriso contagiante, duas covas por expressão facial abertas logo abaixo dos malares, como sinais inequívocos da teimosa e contida euforia interior. Era Natal…
Foi Natal! O último antes daquele de 2001 – o zero da minha escala de melancolia –, cortado por dois abaixo de zero, na cercania do Sacré Coeur, de consoada encravada pela Place du Tertre, toros de lenha crepitantes transmitindo os débeis sinais do pulsar da vida. Perdera-se a euforia. Aquela dura carapaça trespassada por dois furos que descarregavam a bílis e que, num arremetimento de fina ironia, lhe roubaram de vez a alegria contida e o sorriso das covas profundas.
Foi Natal! O último antes daquele de 2001 – o zero da minha escala de melancolia –, cortado por dois abaixo de zero, na cercania do Sacré Coeur, de consoada encravada pela Place du Tertre, toros de lenha crepitantes transmitindo os débeis sinais do pulsar da vida. Perdera-se a euforia. Aquela dura carapaça trespassada por dois furos que descarregavam a bílis e que, num arremetimento de fina ironia, lhe roubaram de vez a alegria contida e o sorriso das covas profundas.
Lembras-te? Ouvimos de um cantador solitário, de guitarra firmemente aconchegada entre a coxa e a axila, Brel de voz roufenha: Ne me quitte pas.
Eram já 25, descemos à Pigalle, levei-te ao leito alvo e desinfectado que te aguentou mais dois meses, até o regresso ao teu Porto, que te afastou daqui, numa fria manhã de Outono, no preciso local onde pela primeira vez mostraste ao mundo o teu trinado irascível e violento.
Hoje, lá estaremos todos, vislumbrando o teu desamarrar de criança de covinhas fundas, mascarando-nos de felicidade, apenas reavivada por aquela, Tua sobrinha, que coloriu de positivo no HCG apenas uma semana antes de partires.
Eram já 25, descemos à Pigalle, levei-te ao leito alvo e desinfectado que te aguentou mais dois meses, até o regresso ao teu Porto, que te afastou daqui, numa fria manhã de Outono, no preciso local onde pela primeira vez mostraste ao mundo o teu trinado irascível e violento.
Hoje, lá estaremos todos, vislumbrando o teu desamarrar de criança de covinhas fundas, mascarando-nos de felicidade, apenas reavivada por aquela, Tua sobrinha, que coloriu de positivo no HCG apenas uma semana antes de partires.
Feliz Natal, Irmão!
Boas Festas!
5 comentários:
...Feliz Natal...
Passei por cá e gostei!
Vou voltar.
Obrigado! Um feliz Natal e um próspero ano de 2006.
Um blog a adicionar na lista de visitas diárias!
Venho depois do Natal, mas sei que venho a tempo. Lindo! Obrigado, amigo.
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