sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Tequila com pouco Sunrise (“10+” de 2009)

Desde o passado dia 19, por volta das 14 horas, este blogue tem vindo a revelar, por ordem perfeitamente aleatória, os 10 melhores álbuns (de originais) musicais de 2009.

“Sacred Trickster”
Sonic Youth The Eternal (Matador)
O título deste texto segue o mito urbano do cliente achavascado que se dirige ao bar num ímpeto de doseador versado. Com The Eternal há um pecadilho que, certamente não advirá da mudança da editora de sempre, a Geffen, não se verificou com o extraordinário Rather Ripped de 2006: pouco Thurston Moore e cabriolas da doidinha Kim Gordon, para muito Ranaldo. Mas esta é a história da banda criada em 1981 em Nova Iorque e que se prolongou pelos seus já dezasseis álbuns de originais: o trio que sobressai do quinteto numa espécie de dialéctica de amor/repulsa e que se sintetiza em obras de arte. Se políticos fossem, eu votaria em Moore, mas procuraria garantir uma oposição responsável Gordon/Ranaldo, mesmo em possíveis formações com maiorias negativas. “Thunderclap for Bobby Pyn” é excelente, a mais sonic-youthiana e a única canção cantada exclusivamente por Moore. Mas seria uma blasfémia anticonstitucional dizer que quando os três se juntam, como em “Poison Arrow” ou em “Anti-Orgasm”, a criação perde qualidade. E Gordon está muito bem sozinha em “Calming Snake”, na poderosíssima e erecto-pixiana “Sacred Trickster”, e na épica “Massage the History”. Mas foi na coligação Moore/Ranaldo que o álbum se abalançou ao éter com a icónica “Antenna”. Em suma, «Oil dripping on my head / Let's go back to bed…», se exceptuarmos a “Walkin Blue”, The Eternal ganha como regra para audição obrigatória. E, em boa verdade vos digo, nada melhor que coleccionar ementas e ouvir Sonic Youth no dia de Natal… feliz e santo.
Notas:
  1. No dia 29 de Dezembro será divulgada a lista dos “Dez Melhores”, organizada por ordem de preferência;
  2. No passado dia 19, todos os álbuns nomeados ficaram agendados no Blogger para publicação, logo sem hipótese de ajustamento por influências externas, para surgirem na hora determinada (por voltas das 14 horas) em cada dia.