Desde o passado dia 19, por volta das 14 horas, este blogue tem vindo a revelar, por ordem perfeitamente aleatória, os 10 melhores álbuns (de originais) musicais de 2009.
“Zero”
Yeah Yeah Yeahs – It’s Blitz! (Interscope)
E ao terceiro álbum de originais o trio nova-iorquino conseguiu de facto convencer-me. A voz de Karen O., remissiva a outros campeonatos da era punk britânica, com a sua limpidez envolve toda a atmosfera onde quer que soltem as suas notas; as reminiscências e sobretudo as referências não param de cair em catadupa – escuso-me aqui de nomeá-las, e embora pareça o ensaio de uma ironia grosseira, ouçam “Hysteric”. It’s Blitz consagra a aplicação no mundo da música pop da teoria darwiniana da evolução, que aqui é jogada a uma velocidade supersónica, porém quase imperceptível, na adaptação de uma banda ao espírito do tempo. Os Yeah Yeah Yeahs adaptaram-se à electrónica, e saíram do bas-fond urbano para o centro de um clube de elite com uma exclusiva lista de convidados. Mas a rebeldia, apesar das decapitações, estão lá, em “Zero”, “Shame and Fortune”, “Heads Will Roll”, ou por exemplo, na soberba “Dull Life”. Depois, o que fica? Todo o álbum, harmónico, compacto, bem produzido, mas é imprescindível ouvir “Skeletons” ou “Runaway”, para atestar da possibilidade de uma transição pacífica, sem nunca perder a basilar, a alma do álbum, onde Karen e os seus genes coreanos transmitem, em todo o seu esplendor, a serenidade oriental: “Little Shadow”.
Notas:
- No dia 29 de Dezembro será divulgada a lista dos “Dez Melhores”, organizada por ordem de preferência;
- No passado dia 19, todos os álbuns nomeados ficaram agendados no Blogger para publicação, logo sem hipótese de ajustamento por influências externas, para surgirem na hora determinada (por voltas das 14 horas) em cada dia.