domingo, 14 de janeiro de 2007

a que se não pode chegar

Nada mais há a acrescentar.
Tento desistir, mas não posso.
Vou à luta, e não me largam.
Cansado desta pátria que me dilacera,
devora-me as entranhas, lenta agonia;
e cada minuto corrói um pouco de mim
– a pálida imagem do que fui.

Aquilo que quis ser e não me vão deixando.
A meta que foge: paus, pedras, putas e corruptos, muros e valas, árvores, buracos, escarpas sem fim,
miragem do sossego que não alcanço,
martelo que não bate no tampo
da mesa, justiça cega que não chega
gritos que se destroem nas barricadas
do corpo, a alma ferida, cara fechada,
dor que não demonstro, apenas
abraço um sentimento de mim.


AMC, 2007

5 comentários:

Anónimo disse...

Gostei de ler.

Anónimo disse...

Obrigado.

Anónimo disse...

Divagação sentida, esta.
Gostei!

Anónimo disse...

Eu não gostei nada porque antes, uns dias, tinha perguntado como estavas. Como amiga, quis apenas saber como estavas. Um mail a perguntar isso, apenas, sem outros motivos, sem outras razões que, a despropósito me levassem a perguntar apenas: como estás? Respondes evasivamente, aliás, não respondeste e agora, depois de te ler, não compreendo por que não fui digna da tua confiança. Não percebo, ou se calhar, nem quero. RM

Anónimo disse...

Obrigado, meu caro Fernando. Já dizia o outro: "a vida é como os interruptores..."
Minha querida RM, a resposta seguiu para o teu e-mail.