Este a imagem pertence a um dos muitos cartazes promocionais de uma das obras-primas de Luchino Visconti, Morte em Veneza (1971), baseado no romance homónimo, de 1912, de Thomas Mann.
Nela figura o jovem Tadzio (Björn Andrésen), objecto de obsessão puramente platónica de Gustav von Aschenbach – magistralmente interpretado por Dirk Bogarde –, sozinho no mundo e com uma vida destroçada pela perda da família e do dom para a composição musical. No filme de Visconti (realização e argumento), tal como no romance do escritor alemão, a arte revela-se na beleza do sofrimento pelo inatingível e que nos sossega com a simples contemplação. Não há gratuitidade lasciva e nem se apela à pederastia, como muitos fizeram crer repudiando o romance – aliás como ocorreu com Lolita de Nabokov uns anos mais tarde, sendo, porém, curioso que o próprio Nabokov repudiasse, por motivos estéticos, a obra de Mann.
Apesar da bem conhecida bissexualidade tanto de Mann, como de Visconti, Morte em Veneza não pretende explorar o filão mediático pelo choque, é apenas uma manifestação artística que exibe o ponto extremo que pode alcançar o sofrimento humano, imposto pelos constrangimentos que advêm da sua peculiar e essencial característica de homo socialis.
Nela figura o jovem Tadzio (Björn Andrésen), objecto de obsessão puramente platónica de Gustav von Aschenbach – magistralmente interpretado por Dirk Bogarde –, sozinho no mundo e com uma vida destroçada pela perda da família e do dom para a composição musical. No filme de Visconti (realização e argumento), tal como no romance do escritor alemão, a arte revela-se na beleza do sofrimento pelo inatingível e que nos sossega com a simples contemplação. Não há gratuitidade lasciva e nem se apela à pederastia, como muitos fizeram crer repudiando o romance – aliás como ocorreu com Lolita de Nabokov uns anos mais tarde, sendo, porém, curioso que o próprio Nabokov repudiasse, por motivos estéticos, a obra de Mann.
Apesar da bem conhecida bissexualidade tanto de Mann, como de Visconti, Morte em Veneza não pretende explorar o filão mediático pelo choque, é apenas uma manifestação artística que exibe o ponto extremo que pode alcançar o sofrimento humano, imposto pelos constrangimentos que advêm da sua peculiar e essencial característica de homo socialis.
1 comentário:
Eis um livro que me deixou desassossegado. Agora é altura de ver o filme de Visconti; esse e o "Leopardo".
Enviar um comentário