quarta-feira, 9 de maio de 2007

Sr. Comendador

Por vezes o bulício do quotidiano, que absurdamente se revela numa dolorosa tendência para o enfado, ou melhor, a simples rotina que nos tortura, isola-nos de tudo aquilo que potencialmente nos enleva a alma – essa pécora (fui brando) insondável, vendedora de esperanças.
É inegável o fascínio que um tal de Benjamin, nascido há 60 anos em Newark, Nova Jérsia, desperta em mim, levando-me ao êxtase paralisante da idolatria, sem que as palavras sejam suficientes para explicar o fenómeno, sem que a horripilante cientificidade atribuída às artes literárias o permita compreender.
Esse eminente habitante de Brooklyn, Nova Iorque – com honras de dia festivo marcado no calendário, 3 de Fevereiro, dia do seu aniversário, pelo presidente do município (borough) de Brooklyn – foi recentemente galardoado (23 de Abril).

Paul Auster recebeu as insígnias do grau mais elevado da Ordem das Artes e Letras de França, o de Comendador:

Commandeur dans l'ordre des Arts et des Lettres

A condecoração foi atribuída, em nome do Estado francês, pelo embaixador francês em Washington Jean-David Levitte, a um Auster visivelmente emocionado:


«De todos os escritores americanos, vós sois o mais francês.»
Palavras de Jean-David Levitte na cerimónia de entrega [tradução livre: AMC, evitando o coloquialismo do “Bocê é”].

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