– C’era una volta...
– Un re! — diranno subito i miei piccoli lettori.
– No, ragazzi, avete sbagliato. C’era una volta un pezzo di legno.
Non era un legno di lusso, ma un semplice pezzo da catasta, di quelli che d’inverno si mettono nelle stufe e nei caminetti per accendere il fuoco e per riscaldare le stanze.
Carlo Collodi, Le avventure di Pinocchio: Storia di un burattino, 1883
– Era uma vez…
– Um rei! – dirão de imediato os meus pequenos leitores.
– Não, rapazes, haveis-vos enganado. Era uma vez um pedaço de madeira.
Não era uma madeira nobre, mas um simples pedaço do molho, daquela que no Inverno se mete no forno e na lareira para atear o fogo e para aquecer o quarto.
[Tradução livre: AMC]
«Deixa acabar, papá», dizia há pouco a minha filha, quando ensaiei no meu tom autoritário, de pai amolecido pela ternura, um «Por hoje acabou-se. Amanhã há colégio…» (modernices que a era do DVD vai permitindo… e se vos contasse os risos dela com a tontarias, que se repetem todos os dias, do pequeno boneco de madeira e do seu gato, Fígaro, não esquecendo o Grilo Falante, que nos conta história através dos píxeis do ecrã do televisor na versão abastardada da Disney...)
Lembrei-me de Auster e o seu Inventar a Solidão, quando aquele compara a dilacerante, e incomensuravelmente mais bela, versão de Collodi, a original, com a história descontaminada da Disney.
Lembrei-me também do Édipo e do Anti-Édipo e de todas essas patranhas e maquinações pseudo-intelectuais que nos querem impingir para estragar uma boa história.
Mas disso, Inês, tu não sabes. Dorme bem, amanhã há colégio.
– Un re! — diranno subito i miei piccoli lettori.
– No, ragazzi, avete sbagliato. C’era una volta un pezzo di legno.
Non era un legno di lusso, ma un semplice pezzo da catasta, di quelli che d’inverno si mettono nelle stufe e nei caminetti per accendere il fuoco e per riscaldare le stanze.
Carlo Collodi, Le avventure di Pinocchio: Storia di un burattino, 1883
– Era uma vez…
– Um rei! – dirão de imediato os meus pequenos leitores.
– Não, rapazes, haveis-vos enganado. Era uma vez um pedaço de madeira.
Não era uma madeira nobre, mas um simples pedaço do molho, daquela que no Inverno se mete no forno e na lareira para atear o fogo e para aquecer o quarto.
[Tradução livre: AMC]
«Deixa acabar, papá», dizia há pouco a minha filha, quando ensaiei no meu tom autoritário, de pai amolecido pela ternura, um «Por hoje acabou-se. Amanhã há colégio…» (modernices que a era do DVD vai permitindo… e se vos contasse os risos dela com a tontarias, que se repetem todos os dias, do pequeno boneco de madeira e do seu gato, Fígaro, não esquecendo o Grilo Falante, que nos conta história através dos píxeis do ecrã do televisor na versão abastardada da Disney...)
Lembrei-me de Auster e o seu Inventar a Solidão, quando aquele compara a dilacerante, e incomensuravelmente mais bela, versão de Collodi, a original, com a história descontaminada da Disney.
Lembrei-me também do Édipo e do Anti-Édipo e de todas essas patranhas e maquinações pseudo-intelectuais que nos querem impingir para estragar uma boa história.
Mas disso, Inês, tu não sabes. Dorme bem, amanhã há colégio.
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