segunda-feira, 17 de abril de 2006

Do esquecimento

Não há pior forma de esquecimento do que a omissão, porque esta não é descuido ou desleixo, reveste-se de um acto deliberado que, eventualmente, inflige dano na parte omitida.
É assim que funciona esta pequena blogosfera que, todavia, não esmorece o presumido adversário, antes lhe dá a força necessária para continuar e servir um público desconhecido, mesmo que ínfimo, através da verdade e nada mais que a verdade.
Quem escreve gosta de ser lido, até citado, nunca esquecido.
Há aqueles que permanecem neste mundo sem serem reconhecidos porque não o querem e para tal não trabalham e há os outros que dele dependem – do reconhecimento –, como uma palavra amiga que nos sai da alma num momento oportuno quaisquer que sejam as circunstâncias e a envolvente.
Escrevo por prazer e sem ataviamentos, apenas como forma de expelir os meus sentimentos mais íntimos, confessáveis, sem rodeios, que de outra maneira ficariam fechados nesta carapaça a provocar-me um lento e cruel definhamento intelectual e espiritual.
Pronto, já está. É o meu processo de catarse.
Quanto ao avivar da memória colectiva nacional pelos horrendos acontecimentos de há 500 anos atrás, no próximo dia 19, estou solidário com os fins, mas não me revejo nos meios.


שָׁלוֹם

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