O João e o Eduardo, sem o saberem, devem-me 1 euro e 50 cêntimos. E logo eu que, como o Henrique, deixei de comprar jornais…
O João cita Armando Silva Carvalho referindo-se àquele livro-do-qual-não-gosto-de-falar-mas… O Eduardo escreve sobre eleição dos melhores livros de 2006 por 38 personalidades ligadas ao panorama literário português, exercício electivo publicado no suplemento Mil Folhas do jornal Público de ontem.
Começando pelo principal desencadeante do supramencionado desembolso monetário, o Eduardo Pitta referiu-o e mais tarde vi, claramente visto, o lume vivo – que a letrada gente tem por santo – Ontem não te vi em Babilónia assestado na terceira posição das escolhas de tão ilustre gente.
Eu sou um admirador do ALA, a Memória de Elefante levou-me aos Cus de Judas onde passei a ter Conhecimento do Inferno que habita na ponta daquela pena. E fico-me por essa ternária viagem para não encalhar num firme rochedo enlouquecidamente logorréico – por esta amostra para lá caminho a passos largos.
Não, ainda não me aventurei Em Busca do Tempo Perdido, e custou-me a engolir à primeira O Processo, mas havendo lido Ontem não te vi em Babilónia já me sinto apto a ler a Bíblia a fazer o pino ao mesmo tempo que escuto o Bancada Central* na TSF, com a paciência de Jó de Fernando Correia – Deus lhe dê 140 anos de vida…
O último romance do ALA é simplesmente intragável e nem ponho em hipótese uma releitura por eventual cometimento de crime de tresleitura, prefiro que me enforquem em directo na TVI ou me enlivrejem com o livro-do-qual-não-gosto-de-falar-mas…
Depois há a deliciosa frase de Armando Silva Carvalho, citada pelo João Gonçalves, quando o primeiro elege aquela coisa:
«E, por fim, o livro de Carolina Salgado, que teve a qualidade de fazer vir ao de cima não aquilo que escreve, mas as reacções do país medonho em que nós escrevemos.»
Falando agora da Lista retiro uma obrigatoriedade de escolha do próximo livro a ler – por agora Sou Todo Ouvidos para Mitchell, cuja escrita límpida e escorreita merece os maiores encómios do ALA. Da muito próxima centena e meia de livros que repousam em lista de espera na minha estante consta o elogiadíssimo livro de contos Um bom homem é difícil de encontrar, de Flannery O’Connor, editado pela Cavalo de Ferro e com tradução de Clara Pinto Correia. Há que rentabilizar os 13,95 euros despendidos em Junho na Fnac e este meio ano de espera não valorizou o livro, tal como o tempo faz com o meu mui apreciado líquido inebriante de terras do Douro.
Para o fim guardo o melhor e sem mais comentários, a não ser que a mesmíssima linha de raciocínio do ilustre eleitor votou ao esquecimento os livros de Manuel Maria Carrilho ao apontar a dedo jornalistas e centrais de informação corruptos e de Pedro Santana Lopes e as suas cabalas:
«“Eu, Carolina”, Carolina Salgado, Dom Quixote
Ressuscita o poder formal de um livro mudar a sociedade. Ao que lá se conta ninguém ligava antes de ser livro. Denuncia crimes e culpados. Corrupção e banditagem no futebol e na PJ, por dentro. Só por estupidez se podem apreciar os efeitos directos do livro na paralisia judicial e criticar a sua publicação e forma. Acusando o livro de não ser aquilo que ele ‘não’ é, nem nunca quis ser.»
Por Rui Cardoso Martins
PS 1 – Quase que me esquecia de falar das escolhas da inefável Mnemónica**: elegeu apenas livros em língua inglesa: o que dizer à nossa criadagem depois do 1.º choque com a confissão de militância na esquerda?
PS 2 – Na mesma edição do suplemento do Público fiquei a saber que a Dom Quixote vai editar o romance enciclopédico de Jonathan Littell «Les Bienveillantes», vencedor do Prémio Goncourt 2006. Ai se as Fúrias se crispam de novo… para onde vai a benevolência!?
O João cita Armando Silva Carvalho referindo-se àquele livro-do-qual-não-gosto-de-falar-mas… O Eduardo escreve sobre eleição dos melhores livros de 2006 por 38 personalidades ligadas ao panorama literário português, exercício electivo publicado no suplemento Mil Folhas do jornal Público de ontem.
Começando pelo principal desencadeante do supramencionado desembolso monetário, o Eduardo Pitta referiu-o e mais tarde vi, claramente visto, o lume vivo – que a letrada gente tem por santo – Ontem não te vi em Babilónia assestado na terceira posição das escolhas de tão ilustre gente.
Eu sou um admirador do ALA, a Memória de Elefante levou-me aos Cus de Judas onde passei a ter Conhecimento do Inferno que habita na ponta daquela pena. E fico-me por essa ternária viagem para não encalhar num firme rochedo enlouquecidamente logorréico – por esta amostra para lá caminho a passos largos.
Não, ainda não me aventurei Em Busca do Tempo Perdido, e custou-me a engolir à primeira O Processo, mas havendo lido Ontem não te vi em Babilónia já me sinto apto a ler a Bíblia a fazer o pino ao mesmo tempo que escuto o Bancada Central* na TSF, com a paciência de Jó de Fernando Correia – Deus lhe dê 140 anos de vida…
O último romance do ALA é simplesmente intragável e nem ponho em hipótese uma releitura por eventual cometimento de crime de tresleitura, prefiro que me enforquem em directo na TVI ou me enlivrejem com o livro-do-qual-não-gosto-de-falar-mas…
Depois há a deliciosa frase de Armando Silva Carvalho, citada pelo João Gonçalves, quando o primeiro elege aquela coisa:
«E, por fim, o livro de Carolina Salgado, que teve a qualidade de fazer vir ao de cima não aquilo que escreve, mas as reacções do país medonho em que nós escrevemos.»
Falando agora da Lista retiro uma obrigatoriedade de escolha do próximo livro a ler – por agora Sou Todo Ouvidos para Mitchell, cuja escrita límpida e escorreita merece os maiores encómios do ALA. Da muito próxima centena e meia de livros que repousam em lista de espera na minha estante consta o elogiadíssimo livro de contos Um bom homem é difícil de encontrar, de Flannery O’Connor, editado pela Cavalo de Ferro e com tradução de Clara Pinto Correia. Há que rentabilizar os 13,95 euros despendidos em Junho na Fnac e este meio ano de espera não valorizou o livro, tal como o tempo faz com o meu mui apreciado líquido inebriante de terras do Douro.
Para o fim guardo o melhor e sem mais comentários, a não ser que a mesmíssima linha de raciocínio do ilustre eleitor votou ao esquecimento os livros de Manuel Maria Carrilho ao apontar a dedo jornalistas e centrais de informação corruptos e de Pedro Santana Lopes e as suas cabalas:
«“Eu, Carolina”, Carolina Salgado, Dom Quixote
Ressuscita o poder formal de um livro mudar a sociedade. Ao que lá se conta ninguém ligava antes de ser livro. Denuncia crimes e culpados. Corrupção e banditagem no futebol e na PJ, por dentro. Só por estupidez se podem apreciar os efeitos directos do livro na paralisia judicial e criticar a sua publicação e forma. Acusando o livro de não ser aquilo que ele ‘não’ é, nem nunca quis ser.»
Por Rui Cardoso Martins
PS 1 – Quase que me esquecia de falar das escolhas da inefável Mnemónica**: elegeu apenas livros em língua inglesa: o que dizer à nossa criadagem depois do 1.º choque com a confissão de militância na esquerda?
PS 2 – Na mesma edição do suplemento do Público fiquei a saber que a Dom Quixote vai editar o romance enciclopédico de Jonathan Littell «Les Bienveillantes», vencedor do Prémio Goncourt 2006. Ai se as Fúrias se crispam de novo… para onde vai a benevolência!?
*[actualização às 15:46] Acabo de saber através deste texto de Alexandre Borges no 31 da Armada que «acabou o "Bancada Central"». O choque, o horror, o drama apoderaram-se de mim.
**Corrigido por douto alerta.
2 comentários:
e pensar que tentou desistir de blogar AMC!!!! quando afinal ainda tem tanto para nos dizer (estive só uns dias sem aparecer e já escreveu uma dezena de posts). continue!
É verdade. A actividade blogueira é um vício bem difícil de deixar.
Obrigado.
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