segunda-feira, 21 de julho de 2008

Unanimismos

Heath Ledger
Há qualquer coisa de muito negro sobre o último personagem encarnado (pelo menos em vida, sabe-se lá que papéis lhe foram reservados por Dante e companhia) pelo desditoso actor australiano Heath Ledger (1979-2008), por toda esta pornografia necrófila das campanhas promocionais de exploração do “coitadinho, por este papel ele seria…” e com a manobra que se pressente nos bastidores da Academia para o galardoar com Óscar para Melhor Actor a título póstumo no próximo mês de Fevereiro a despeito do grau de potência performativa da eventual concorrência.

Por enquanto, o negro do cavaleiro das trevas, transformou-se num incomensurável aglomerado de pigmentos verdes com o patrocínio do Pai Fundador Benjamin Franklin, reabilitando um realizador, Christopher Nolan, que teve, há uns anos, entradas de leão, mas que, com o passar do tempo, vai (ou ia) descendo vertiginosamente na escala felídea de ferocidade, roçando já o nível do gato persa.

Ao contrário da prática de alguma crítica, especialmente da literária, postarei aqui as minhas observações depois de o ver na grande tela, provavelmente no próximo fim-de-semana – e já sei que, pela antecipação e sem convites para antestreias, vou levar com o melódico ruminar das pipocas, com o estardalhaço do sorver das últimas gotas de Coca-Cola nos copos de meio litro e com o odor pestilento de alguns cachorros Cecil B. DeMille, ambos propensos à eructação… e fiquemo-nos por aqui.

Até lá... ah, e já agora, a talho de foice, uma boa crítica ao Vigilância de Jennifer Lynch no Expresso, por Manuel Cintra Ferreira.

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